Borebi - O proprietário da Fazenda Noiva da Colina, Fozi José Jorge, conseguiu na Justiça a reintegração de posse da propriedade rural de mais de mil hectares, localizada no município em Borebi (45 quilômetros de Bauru). A desocupação pacífica deverá acontecer ainda esta semana, uma tentativa que será feita pela Polícia Militar. Caso a opção não seja acatada pelos cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a saída será usar a tropa de choque da PM.
A informação partiu ontem do advogado do proprietário da área, Éder Bonsonário. "O juiz de Lençóis Paulista determinou a expedição do mandado de reintegração de posse na sexta-feira. Em decorrência do número elevado de pessoas, a PM tentará uma composição amigável para a saída pacífica. Isso deve ocorrer hoje ou amanhã."
Se a saída não for dessa maneira, a PM terá que usar a tropa de choque. "Acreditamos que a desocupação pacífica será a melhor opção e vamos tentar."
De acordo com o tenente Juliano Xavier de Agudos, a PM aguarda a documentação para começar a planejar a saída das 120 famílias acampadas na fazenda. "O clima está tranqüilo na fazenda. Houve um desentendimento entre os peões da fazenda e os sem-terra, mas o caso foi contornado, na sexta-feira. Os peões tentaram entrar durante a madrugada para resgatar o gado, carneiros e máquinas."
A promessa de devolver o gado, carneiros e máquinas feita pelos integrantes do movimento foi cumprida no sábado, confirma o tenente. "Eles autorizaram a entrada dos peões para resgate dos equipamentos e animais. Porém, os peões ficaram receosos e nós aconselhamos que a ação foi adiada."
De acordo com o tenente, além do receio do peões, a chuva e a mata existente na fazenda atrapalharam a devolução dos animais e maquinário. "Estava chovendo e havia animais dentro da mata. Os peões poderiam ter problemas no manejo dos animais e resolvemos abortar a ação."
A ocupação da fazenda Noiva da Colina aconteceu na madrugada de quinta-feira. Cerca de 300 pessoas ocuparam os barracões e nove casas da propriedade rural, que tem sua produtividade discutida na Justiça. Na avaliação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ela é improdutiva, informa a Polícia Militar. O proprietário alega que 75% da área é ocupada por cana-de açúcar, criação de serpentes, carneiros e gado. FONTE: Jornal da Cidade de Bauru ? SP