Oitenta famílias do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MSD) ocuparam, na manhã de ontem, a sede do Complexo de Secretarias do Município de Candeias, a 52km de Salvador. O grupo deseja a permanência numa região próximo ao Matadouro Municipal, inativo desde a sua construção há dez anos. Segundo a prefeitura, que quer reaver o terreno, trata-se de uma área industrial a ser utilizada pelas empresa ligadas ao programa do biodiesel da Bahia. Uma comissão do MSD forçou negociação com a prefeita Maria Célia de Jesus Magalhães Ramos, mas não houve acordo.
O coordenador do MSD, Cláudio Bonfim, diz que, para devolver a área ocupada, o grupo precisa receber novas habitações e um local apropriado para as atividades ligadas à agricultura de subsistência. Os trabalhadores ainda reclamam da utilização do Matadouro Municipal como depósito de lixo.
O secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Ivan Palma, explicou que o local de abate animal foi desativado por conta do programa Bahia Azul, que instalou uma lagoa de decantação próximo ao terreno. Por isso, a área foi cedida para fins insdustriais. Um acordo com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) transformou a estrutura desativada em usina de reciclagem de lixo, que ainda este ano será desativada em prol das indústrias.
A proposta da prefeitura, segundo Ivan Palma, seria a relocação das plantações para três distritos vizinhos cedidos pelo governo estadual: Passagem dos Teixeira, Menino Jesus e Caroba. "Seria suficiente para assentar as famílias que já estavam lá", garante o secretário. O acordo tem como meta destinar 250m2 de terreno para cada família cadastrada. "A habitação não seria de competência do município", explica Ivan.
A aferta não foi aceita pela categoria. "Essa metragem é muito pequena. Ocupamos cerca de 300 hectares com as plantações", enfatiza Cláudio Bonfim. Até o fechamento desta edição, o grupo não havia decidido se permaneceria acampado. FONTE: Correio da Bahia ? BA