16/Outubro/2007 | Ailton Lima - Da Reportagem
Há três dias, cerca de 350 famílias de trabalhadores rurais sem-terra estão acampando e se organizando numa área de 700 hectares, da Estância Alcina, localizada a cerca de quatro quilômetros do centro da cidade, na localidade conhecida como "Gleba Coronel Osvaldo".
A invasão pacífica e com o conhecimento do proprietário da área, segundo o coordenador do movimento, o técnico agrícola Wendel Girotto, está acontecendo desde o último sábado (13).
"Na verdade, nós arregimentamos esses trabalhadores entre as periferias aqui da cidade. Aqui tem trabalhador rural sem-terra, desempregados e sem tetos, mas todos da periferia de Rondonópolis", explicou o líder dos trabalhadores.
De acordo com Girotto, diante da necessidade de se criar condições de acelerar o processo de colonização e reforma agrária estagnada pelo INCRA, um grupo de 350 famílias arregimentadas nos diversos bairros da periferia de Rondonópolis resolveu criar uma associação que congregue esses trabalhadores e faça gestões junto ao INCRA/MT, para que acelere os processos de negociação e desaproprie áreas consideradas improdutivas, mas adequadas a assentamento de trabalhadores rurais.
Em razão disso, foi criada a Asteca - Associação Técnica de Cooperação Agrícola, que vai defender os interesses dessas cerca de 350 famílias de trabalhadores junto ao INCRA, e vai tentar a desapropriação de pelo menos quatro áreas no município de Rondonópolis, num total de 10 mil hectares.
De acordo com o coordenador Wendel Girotto, as áreas alvos de ocupação já se encontram de alguma forma em processo de desapropriação e, no devido momento, serão ocupadas pacificamente, inclusive com a anuência dos seus proprietários.
Para essas ocupações, o grupo já estaria formado e completo com as 350 famílias já cadastradas. Mas Girotto diz que outros grupos poderão ser formados, em outras áreas do Estado, e que esse, é apenas o primeiro acampamento da Asteca na região Sul.
A área ocupada pelo acampamento corresponde a cinco hectares ou 50 mil metros quadrados.
Os trabalhadores demonstram uma certa preocupação ambiental e prometem respeitar os recursos hídricos (nascentes e córregos) da área, procurando depredar o mínimo possível, ocupando apenas as áreas agricultáveis. FONTE: A Tribuna ? MT