De Norte a Sul, no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, os mais de 2.500 delegados(as) estão vindo com muitas expectativas para o 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), que acontecerá de 4 a 8 de março, em Brasília. O 11º CNTTR será um importante momento de debates políticos e deliberações na busca por melhores condições de vida para o campo brasileiro. Durante os primeiros quatro dias, serão apontadas as estratégias de implementação do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), que é defendido pelos homens e mulheres do meio rural. Os temas a serem debatidos vão desde a defesa da luta pela Reforma Agrária, o fortalecimento da agricultura familiar, o respeito e preservação do Meio Ambiente, as questões de gênero, geração, raça, etnia, a autossustentabilidade sindical, a conquista de políticas sociais, educação do campo, fortalecimento da comunicação do MSTTR, direitos dos(as) assalariados(as) rurais, entre outros pontos fundamentais. Portanto, o projeto político do MSTTR se opõe ao projeto neoliberal, defendido pelo agronegócio e grandes empresas, que buscam o lucro pelo lucro, vêem o ser humano apenas como uma máquina e transformam o meio em que vivem em um espaço apenas para fomentar as práticas capitalistas abusivas. Na “bagagem” de cada um(a) dos(as) delegados(as), muitos anseios demandados por cada uma das regiões, além da expectativa com os debates e aprovações, e que a luta sindical seja fortalecida. NORDESTE No Nordeste, questões como mudanças climáticas, estiagem, conflitos agrários, trabalho escravo, entre outros pontos, devem marcar as falas da região no 11º CNTTR. “Que possamos debater estratégias de fortalecimento da categoria, pois passamos por um momento difícil diante do atual modelo de desenvolvimento adotado no país, com disputa de base, além de diversos problemas ambientais. Neste contexto, nossa região passa por vários problemas, a exemplo das disputas por terra, expansão dos grandes projetos, anulação dos direitos para os(as) assalariados e assalariadas rurais. A seca, será outro tema forte, pois esta estiagem que assola o Nordeste vem causando a perda da produção da agricultura familiar, mortes de animais e migração das pessoas do campo para a cidade. Desta forma, esperamos que, após os debates do 11º CNTTR, possamos avançar com o PADRSS, levando em consideração as especificidades de cada região do país”. Ângela Maria Silva, coordenadora Regional Nordeste e secretária Geral da FETAEMA. SUL As delegações da Região Sul trazem para o Congresso uma reflexão sobre questões externas e internas de interesse da categoria trabalhadora rural. “Vamos fortificar o MSTTR, levando um debate no que se refere aos atuais modelos de produção econômica, políticas públicas, trabalho, renda, sucessão rural, reforma agrária, educação do campo, entre outros temas que devem ser inseridos no nosso Plano de Lutas. Traremos ainda uma discussão aprofundada e coerente para dentro da base, onde aprofundaremos as questões internas que venham fortalecer nossa categoria”. Elton Roberto Weber, coordenador Regional da Região Sul e presidente da FETAG-RS. SUDESTE A implementação de uma ampla e massiva reforma agrária, proposta pelo Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), ainda é um dos grandes desafios para o conjunto do MSTTR brasileiro. No sudeste, as questões agrárias estarão presentes nas falas de todas suas FETAGs, a exemplo da própria necessidade de retomada da discussão da luta pela terra com o governo federal. “A expectativa da Região Sudeste é que possamos sair do 11º CNTTR com a certeza de que o MSTTR trará as questões agrárias de forma mais forte nas suas pautas de reivindicações, e que o governo federal retome o compromisso de trazer esta temática para dentro da sua pauta. Ainda devem ser trazidas pela nossa região questões referentes ao desemprego no campo, fortalecimento da agricultura familiar, direito dos(as) assalariados(as) rurais e a problemática ambiental. Trazendo para uma fala mais interna, nossa discussão estará em torno da qualificação das nossas ações, da organização sindical, tendo sempre um olhar voltado para a prática sindical, sustentação financeira, entre outros”. Pedro Mário Ribeiro, coordenador Regional Sudeste e secretário de Formação da FETAEMG. NORTE Maior região do território nacional, a região Norte ainda enfrenta enormes desafios, que passeiam por todas as políticas do MSTTR. No 11º CNTTR, a região traz, através das suas sete Federações, a necessidade de um tratamento diferenciado em relação às demais regiões do Brasil. “Nosso grande objetivo é propor estratégias que respeitem as peculiaridades do Norte. Esperamos conquistar políticas regionalizadas, que garantam a permanência das características da agricultura familiar da nossa região. Baseado neste tratamento diferenciado, trabalharemos questões como a distância entre os lugares, a agricultura familiar extrativista e ribeirinha, reforma agrária, trabalho escravo e infantil. Queremos destacar ainda a necessidade do MSTTR em continuar a luta pela preservação ambiental”. Luis Carlos Gomes de Lima, coordenador Regional Norte, presidente da FETAG-RR. Centro-Oeste A organização sindical e a visibilidade do PADRSS serão pontos fortes que a Região Centro-Oeste trará para o 11º CNTTR. “Pontuaremos nas nossas falas os desafios impostos ao MSTTR, desde o fortalecimento da agricultura familiar, ética sindical, avanços do agronegócio, questões agrárias e ambientais. Acreditamos que outro momento importante será o debate em torno da Política dos Assalariados(as) Rurais, pois esse setor atualmente apresenta índices vergonhosos no país no que se refere ao trabalho escravo, infantil, degradante e de substituição dos trabalhadores(as) rurais pela máquina. Outro ponto que ainda traremos será o debate do papel do MSTTR frente ao governo federal. Precisamos, enquanto MSTTR, entender que os atuais programas voltados para o campo são conquistas nossas e devem ser implementadas por nossas instâncias”. Elias D´angelo Borges, coordenador Regional Centro-Oeste e presidente da FETAEG. FONTE: Imprensa CONTAG - Barack Fernandes