Na manhã de hoje (5), o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho participou de mesa de diálogo para falar sobre Pacto Federativo e os Espaços de Participação Social aos cerca de 120 dirigentes sindicais que participam do Seminário Nacional de Políticas Públicas Sociais e os Direitos dos Sujeitos do Campo realizado pela CONTAG, nesta semana, entre 04 e 06 de julho.
Principal interlocutor dos governos Lula e Dilma com os movimentos sociais, Gilberto Carvalho ressaltou a importância fundamental da participação de representantes da sociedade civil, dos trabalhadores(as), das minorias e de diversos grupos sociais para a construção de políticas públicas inclusivas, que promovessem o desenvolvimento não apenas econômico, mas também da dignidade e da cidadania no Brasil.
O ex-ministro apontou que o governo interino de Michel Temer é resultado de um golpe em que grandes empresas e grandes interesses econômicos se articularam para retomar o orçamento brasileiro, que por 12 anos começou a ser investido na parte mais pobre da população. “Nos governos Lula e Dilma, o dinheiro destinado para os mais pobres passou a ser considerado investimento, e não despesa, como era antes. Dilma pode ter cometido muitos erros, mas, para eles, o principal foi tentar limitar as margens de lucros dos grandes empresários. A partir do momento em que ela baixou juros e tomou medidas que continham o crescimento dos lucros, começaram uma guerra contra ela”, afirmou.
Ao fazer a análise dos três últimos governos, Gilberto Carvalho apontou o importante papel desempenhado pelos movimentos sociais nos espaços de participação popular, principalmente nos Conselhos Nacionais. Mas ressaltou que a participação agora precisa se intensificar e apresentar outro caráter. “Se em uma democracia a participação nos Conselhos é de proposição, avaliação, formulação, em um momento de governo golpista, que em dois meses já pôs em prática diversas ações que desmontam os direitos dos trabalhadores, a participação deve ser de resistência, de protesto, de denúncia”, disse ele.
Para Gilberto Carvalho, caso a presidente afastada, Dilma Rousseff, volte à Presidência, o governo deve ser de grande participação popular, ouvindo as necessidades do povo, voltando ao projeto político defendido em 2014, onde o desenvolvimento do Brasil esteja diretamente relacionado ao desenvolvimento social, com a diminuição das diferenças sociais, com a ampliação dos direitos, com a construção das bases para as grandes reformas necessárias para o Brasil, especialmente a Reforma Política.
O secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves, presidiu a mesa de diálogo, e afirmou que a contribuição de Gilberto Carvalho para o Seminário é importante para aprofundar a discussão sobre a atuação do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no enfrentamento a um governo que não tem em vista os interesses dos trabalhadores(as) e o desenvolvimento solidário e sustentável não apenas do campo, das florestas e das águas, mas também do Brasil.
Os participantes do seminário também contribuíram com dúvidas e críticas aos governos Lula e Dilma, principalmente no sentido de que era preciso ter feito as grandes reformas estruturais quando houve a oportunidade política e econômica. A Reforma Agrária, a Reforma Política, uma Reforma da Previdência que levasse em conta as diferenças entre as diversas categorias trabalhistas, a regulamentação dos meios de comunicação e diversas outras.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto