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A primeira estufa de bambu para o cultivo de hortaliças, inédita no País, foi apresentada nesta segunda-feira (17) pelo Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) ao governador Roberto Requião. Entusiasmado com o projeto, o governador anunciou a possibilidade de levar essa tecnologia, de baixo custo e sem impacto ambiental, para as pequenas propriedades da agricultura familiar em todo o Paraná.
"Em dois ou três anos, essa tecnologia deverá estar acessível no Paraná inteiro", afirmou Requião.
A estrutura da nova estufa terá um custo de 10% do valor da convencional, com estrutura de PVC ou metálica. Enquanto uma estufa convencional, de cerca 84 metros quadrados custa cerca de R$ 8 mil, a estufa de bambu fica em R$ 800,00, incluindo o plástico, informou Airton Brisolla, diretor-presidente do CPRA.
Os secretários da Agricultura, Valter Bianchini, e do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, ressaltaram o avanço do Paraná com essa tecnologia. Para Bianchini, a estufa de bambu vai possibilitar à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) atingir mais rápido sua meta, que é a de transformar o Estado no maior produtor de alimentos orgânicos do País.
A estufa de bambu foi desenvolvida pelo professor e especialista paraguaio Guilhermo Gayo, com a contribuição dos alunos dos 17 colégios agrícolas de todo o Estado. "Neste final de ano, ela foi apresentada ao governador Requião e aos secretários da Agricultura e do Meio Ambiente como exemplo de bioconstrução e representa uma tecnologia inédita no País", destacou o diretor do órgão Filipe Fahrart
Para o governador, uma construção singela como a estufa de bambu representa a viabilidade econômica da agricultura familiar, que pode ampliar a produtividade e lucratividade de verduras e legumes. Requião disse que viu exemplos simples e eficientes assim na China onde um batedor de bambu com uma hélice circular de propulsão e um motor elétrico acoplado fazia a oxigenação dos rios e lagos tão bem quanto uma estrutura semelhante fabricada com metais.
"O processo moderno é associar o simples ao modelo eficiente e barato", disse Requião. "Parece simples, mas o significado de uma estufa como essa é grande porque representa a independência do agricultor", acrescentou. Com a estufa de bambu, os agricultores familiares não ficam dependentes das empresas fabricantes para manutenção das estruturas. O bambu é encontrado na propriedade, é resistente e suporta peso de até 18 toneladas.
Com essa tecnologia, o Paraná avança na prática da agricultura orgânica e do desenvolvimento sustentável, disse Bianchini. Para o secretário, a utilização do bambu, um insumo disponível na propriedade, é uma das principais características da agricultura moderna e agroecológica, onde os insumos devem ser reciclados pelo próprio produtor.
Segundo Bianchini, dos 4.800 agricultores orgânicos no Paraná, "cerca de dois mil produtores, que cultivam hortaliças e frutas, serão beneficiados com essa tecnologia", prevê.
Para o secretário Rasca, o produtor tem que fazer sua opção. "Se quiser agregar valor à sua produção e manter conservado o meio ambiente, ele precisa aderir a tecnologias inovadoras e acessíveis como essa estufa com estrutura de bambu. São soluções inteligentes, que permitem a geração de renda para o agricultor a custo baixo, mas que também protege o meio ambiente. É isso que precisamos", destacou.
Para o produtor responsável pela horta do CPRA, José Luiz Araújo, a estufa de bambu é tão eficiente na proteção dos cultivos de frutas, hortaliças e legumes quanto a estufa convencional. "Aqui cultivamos brócolis, repolho, couve chinesa, abobrinha, pepino, tudo orgânico e da melhor qualidade, sem nenhuma aplicação de produto químico", disse o agricultor. FONTE: Bem Paraná ? PR