Projetos demandarão investimentos da ordem de R$3 bilhões e deverão produzir 7,5 bilhões de litros
Alan Amaral
A Bahia vai ganhar dez novas usinas de álcool combustível, cujos projetos devem somar cerca de R$3 bilhões. A iniciativa foi anunciada ontem pelo governador Jaques Wagner, em seu programa de rádio, e contará com a participação de empresas nacionais e estrangeiras. De acordo com o superintendente de agronegócio da Secretaria da Agricultura (Seagri), Eujácio Simões, a implantação de cada usina deve envolver recursos da ordem de R$300 milhões, entre instalação da planta industrial e a parte de plantio. "Seis unidades serão construídas no extremo sul do estado, em regiões como Itamaraju, Teixeira de Freitas, Medeiros Neto, Lajedão e Prado. As outras quatro serão instaladas em áreas como Barra do Choça, Juazeiro, Casa Nova e Xique-Xique", informa.
Conforme explica, a capacidade média de produção de cada empreendimento está estimada em 150 milhões de litros de álcool por ano. A expectativa é que as novas indústrias ponham fim ao atual déficit existente entre o mercado consumidor e a quantidade de combustível produzido no território baiano. No caso do álcool hidratado, aquele utilizado nos carros flex, embora o consumo anual na Bahia seja da ordem de 240 milhões de litros, o estado produz apenas 50 milhões. "Entretanto, o objetivo é alcançar, até 2013, a marca de 7,5 bilhões de litros de hidratado produzidos no segmento local", argumenta.
De acordo com o dirigente, essa quantidade colocará a região baiana em uma posição de exportadora do produto, principalmente para países como Japão e Estados Unidos. "Isso será possível pois, até 2013, o consumo estadual irá atingir os 2,1 bilhões de litros do combustível. Ou seja, teremos condições de atender totalmente o consumidor interno e ainda exportar parte da produção", afirma.
Até o final desse intervalo de seis anos, a previsão é que um total de 40 usinas estejam em operação na Bahia, gerando cerca de 50 mil empregos diretos. "Atualmente, temos apenas duas plantas em atividade, três em fase de instalação e dez em projeto", completa.
O superintendente ressalta ainda que as novas unidades, as quais devem gerar 1,2 mil postos permanentes de trabalho cada, estarão integradas dentro de uma proposta ecologicamente correta, inclusive, com colheita mecanizada. "É um modelo amparado em terras e lavouras arrendadas ou fomentadas e na auto-suficiência em biodiesel e em energia elétrica, pois a queima do bagaço será utilizada também para produzir eletricidade", destaca.
O anúncio das novas indústrias acompanha também a assinatura, hoje, de diversos protocolos de intenção entre o governo estadual e a Petrobras. A idéia é permitir o desenvolvimento de projetos com o intuito de tornar o estado um grande pólo produtor de biocombustíveis. Dos acordos previstos, está a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel, como produtores e fornecedores de matéria-prima. FONTE: Correio da Bahia ? BA