As provas estão expostas em duas Fazendas Experimentais da EPAMIG: em Patos de Minas, em uma instalação recém montada, e em São João del-Rei, desde 2005. Ambas são de pequena monta (menos de 2 e 3 ha, respectivamente) e constituem bons exemplos.
A TECNOLOGIA DESENVOLVIDA
Segundo o pesquisador, São inúmeras as formas de irrigar. "Entre elas, há a da aspersão, modalidade na qual a água é lançada na forma de chuva, por meio de aspersores: uma espécie de chuveiro, a partir de tubos que levam água bombeada. Esta é uma das modalidades prediletas. E esta preferência cresce mais ainda, quando se usa a aspersão com tubos enterrados, maneira pela qual o irrigante não tem nenhum trabalho além daquele de instalar os aspersores, nas posições em que eles devem irrigar, sem a necessidade de deslocar a tubulação portátil, após cada operação de rega. Isto representa uma redução acima de 95% no peso dos componentes que precisariam ser mudados de posição, em relação ao processo convencional", explica Abílio Antunes.
No modelo preconizado pela EPAMIG, além destas vantagens, estão incorporadas duas significativas melhorias: aplica 100% da água de irrigação dentro dos limites da área irrigação, com ganhos para a uniformidade de rega e na eficiência da irrigação, além da ausência de perdas de água; e o desenho da rede de tubos enterrados que, otimizado, possibilita o uso de tubos de menor diâmetro. Com isto, reduz os custos de aquisição no item mais significativo. "A economia obtida não implica em maior consumo energético e não traz limitações ou prejuízos operacionais para o desempenho da instalação" diz o pesquisador.
ONDE E QUANDO CONHECER AS INSTALAÇÕES DE IRRIGAÇÃO? ELAS ESTÃO AO ALCANCE DO PEQUENO PRODUTOR?
A EPAMIG está agora acabando de montar área com essa tecnologia na Fazenda Experimental de Sertãozinho, em Patos de Minas. A expectativa é utilizar o sistema durante a seca (abril-setembro) de 2008. Já a unidade de São João del-Rei, que foi instalada no início de 2005, conta com a vivência de três períodos de seca e tem, portanto, histórico a relatar. Dados que comprovam os benefícios do sistema para pequenas áreas, segundo Abílio Antunes:
(A) - O valor dos produtos colhido na área irrigada, nos dois primeiros ciclos de seca (2005-2006), foi suficiente para pagar todas as despesas de produção agrícola (sementes, adubos, inseticidas, horas de máquina, mão-de-obra, etc), e mais todo o custo de aquisição, montagem e operação do equipamento. Portanto ao final do segundo ciclo de rega tornou-se um equipamento integralmente quitado;
(B) - Área irrigada: 2,44 ha - Custo instalado:R$ 2.280,60/ha
(C) - Motobomba utilizada: Monofásica - 3 CV; Vazão - 9 m3/h; Pressão - 47 mca1
(D) - Os preços do material e instalação referem-se ao final de 2004. Os relativos aos produtos são de 2005 e 2006.
As instalações da EPAMIG estão abertas para visitas dos interessados. As visitas deverão ser realizadas na próxima estação seca, ocasião em que deverão ocorrer trabalhos de irrigação.
PERSPECTIVAS E PLANOS PARA FUTURAS AÇÕES
A tecnologia desenvolvida na EPAMIG pode ser considerada como consolidada e plenamente utilizável. "É ainda pouco conhecida. Entretanto, novas idéias estão sendo consideradas e elas têm o mesmo objetivo: atender devidamente o interessado em pequenas áreas de rega, de uma forma ágil, e com menor custo possível, o que em grande número de situações pode ser realizado através de instalações padronizadas. Estas nada mais são que uma série de projetos de irrigação desenvolvidos com o máximo aproveitamento de todos os componentes.
Constituem solução de qualidade para as condições que foram desenvolvidas, ou seja, aquelas típicas da região para a qual são recomendadas. Pelo fato de existirem projetos de diversos tamanhos, deverá haver um que atenda de forma conveniente o interessado em irrigação. Deve-se levar em conta que esta solução busca aliviar o pretendente dos gastos com estudos (que em algumas situações podem indicar inviabilidade) e de projeto, despesas que antecedem a compra do equipamento, e que podem alcançar valores até maiores do que o mesmo. Isto não significa uma instalação sem projeto, pois o mesmo está embutido na instalação proposta e nem uma ação sem estudo de campo, pois sempre será necessária uma avaliação ?in locum?, para verificar se as condições existentes condizem com as características do projeto escolhido.
Porém, não basta só isto: é essencial que a cultura a ser irrigada tenha um projeto de produção cujo retorno seja suficiente para arcar com todos os custos da cultura, mais os de irrigação, além da margem do agricultor. Não deverá acontecer desvinculado da assistência técnica.
Em resumo, procura-se uma solução de rega sem a obrigatoriedade de um projeto feito por equipamento assentado, mas que leve solução de qualidade (com o projeto já incluso), tida como adequada, após visita de campo e avaliação de produtividade. Observe-se que esta forma de trabalho nunca irá resolver situações que demandem projetos especiais, não podendo ser exclusiva, e sim complementar. Pode entanto atender bem, e a menor custo, uma vasta parcela dos pretendentes à irrigação", explica o pesquisador da EPAMIG.
FONTE
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
Assessoria de Comunicação da Epamig
Rose de Oliveira - Jornalista
Telefone: (31) 3489-5022 FONTE: Agrosoft Brasil