Publicado em: 29/10/2007 - 19:29
Sindicatos, entidades e parlamentares entrarão na Justiça com recurso contra o interdito proibitório que impede a entrada de integrantes sem terra na Comarca de Carazinho. A chamada Quarta Coluna está preparando um habeas corpus que deve ser entregue ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul até quarta-feira, dia 31.
De acordo com o presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Milton Viário, as organizações consideram o interdito proibitório uma medida inconstitucional, já que impede o direito de ir-e-vir das pessoas. Ele também questiona o fato da medida valer para toda a Comarca de Carazinho, que é uma área bem maior do que a região de conflito, que seria a cidade de Coqueiros do Sul, onde está localizada a fazenda Coqueiros.
"A marcha diz que, em nenhum momento, faria a ocupação da fazenda Guerra. E ela está pleiteando a desapropriação da área pelo governo federal. É fato que a fazenda já foi ocupada anteriormente sete vezes, mas tem um acampamento ao lado da área, que poderia fazer a ocupação a qualquer hora e a qualquer momento. Não precisaria esperar pela marcha para fazer isso", diz.
O interdito proibitório foi impetrado no início de Outubro pela titular da 2ª Vara Cível de Carazinho, Marlene Marlei de Souza. A decisão da juíza determina que o Movimento Sem Terra (MST) e ruralistas estão impedidos de entrar na Comarca, a fim de evitar confrontos. No entanto, os sem terra argumentam que, na prática, a medida vale apenas para os integrantes do MST, que são facilmente identificados pelas bandeiras vermelhas e por andarem em grupo.
Ao contrário dos ruralistas, que não há nada que os identifique visualmente. O interdito proibitório abrange cinco cidades da região de Carazinho, entre elas Coqueiros do Sul.
A ação na Justiça organizada pelas entidades que apóiam a marcha deve contar com 65 assinaturas de sindicatos, entidades e parlamentares. FONTE: Sindbancários Porto Alegre e Região ? RS