O Globo Online
RIO - O engenheiro Químico, Pedro Renato Borges, principal suspeito de ser o responsável pela fórmula de adulteração de leite descoberta pela Polícia Federal, negou as acusações em entrevista exibida neste domingo no programa Fantástico, da TV Globo. A entrevista foi concedida cinco dias após a libertação do acusado. Todos os 27 presos pela operação Ouro Branco , deflagrada pela PF no final de outubro já foram liberados.
O engenheiro disse que prestava consultoria a mais de 30 cooperativas e empresas de leite em Minas Gerais, São Paulo e tinha ainda um projeto no Mato Grosso. Uma das cooperativas em que trabalhava era a Copervale, uma das unidades em que o leite adulterado foi apreendido.
Em depoimento à Polícia, os funcionários da Copervale (inlucindo o presidente da cooperativa, Luiz Alberto Ribeiro) acusam o engenheiro de ser o responsável pela fórmula de adulteração.
- Pode acusar. Pode falar. Mas eu não orientei nada disso aí. Prova que eu mandei fazer. Ninguém tem prova, porque eu não mandei fazer - afirmou, quando perguntado porque os funcionários e o próprio presidente da Copervale.
Os funcionários contaram à polícia que a fórmula para a adulteração do leite incluía: sal, açúcar, citrato de sódio, água, soda cáustica e peróxido de hidrogêncio, mais conhecido como água oxigenada. O engenheiro, na entrevista, chega a dizer que a soda cáustica na dosagem correta não prejudica a saúde.
- Quando se fala em soda cáustica, a pessoa se assusta. Mas quando faz a dosagem recomendada não afeta a saúde de ninguém. A própria Anvisa sabe disso - afirmou.
Quando perguntado, no entanto, se beberia o leite com soda cáustica, o engenheiro respondeu:
- Se soubesse (que tinha soda cáustica), claro que não (beberia).
Segundo a reportagem do Fantástico, Borges cobrava até R$ 1,5 mil por dia para consultorias a cooperativas e empresas de leite. FONTE: Globo Online ? RJ