"Não podemos admitir que o governo federal, através do BNDES, financie a expansão da cana no Brasil, para compra de máquinas e com isso desempregar o cortador de cana", disse Antonio Lucas Filho, secretário de Assalariados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) durante um encontro em Várzea Grande-MT, que discutiu "Desafios para as questões agrária, ambiental e do trabalho frente à expansão do agronegócio". O encontro que termina amanhã reúne 40 dirigentes sindicais dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Antonio Lucas disse ainda que em vários estados os governos beneficiam usineiros com incentivos fiscais.
Durante o encontro, os participantes assinaram a"Carta de Cuiabá" que denuncia o desmatamento ilegal e o uso indiscriminado de agrotóxicos e agroquímicos ocasionando o processo de desertificação, o assoreamento e a contaminação dos recursos hídricos.São impactos que podem comprometer, irreversivelmente, a biodiversidade e a sobrevivência da humanidade.
O documento foi entregue na manhã desta quinta-feira, 18, aos superintendentes do INCRA de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. Também receberam o documento, Paulo Maier, superintendente do IBAMA-MT, Paulo Guilherme, diretor do Ministério do Meio Ambiente, Dra. Jacqueline Ramos Silva Carrijo, auditora Fiscal do Trabalho e coordenadora do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, Dra. Marilete Mulinari, delegada regional do trabalho (MT) e o representante do Ouvidor Agrário Nacional, Marco Aurélio Bezerra da Rocha.
O documento dos trabalhadores rurais exige prioridade e agilidade na Reforma Agrária no Brasil e a ampliação e fortalecimento da agricultura familiar, ampliação de empregos no campo e garantia dos direitos trabalhistas, fim do trabalho degradante e acabar com violência e impunidade no campo, além de garantir a conservação e recuperação dos recursos naturais.
No final do encontro dos trabalhadores com os dirigentes dos órgãos do governo federal, Paulo Caralo, secretário de política agrária da CONTAG, disse que " O Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras rurais, exige, portanto, soluções efetivas e imediatas que garantam a continuidade da vida e a dignidade no campo".
Fonte: Assessoria de Comunicação FETAEG
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