Após um intenso e maduro processo de negociação entre trabalhadores e trabalhadoras rurais e empresas do setor sucroalcooleiro, na manhã desta quinta (14 de junho) em cerimônia que marca mais um passo no processo de construção de um ambiente de diálogo para melhoria das condições de trabalho no campo, o governo agracia com selo de boas práticas as empresas por suas ações em benefício dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A iniciativa visa estimular a ética positiva, mas não confere qualquer tipo de vantagem seja no âmbito governamental ou comercial. ‘A CONTAG acreditou que poderíamos, através de uma mesa de diálogo, melhorar o dia a dia de trabalhadores e trabalhadoras rurais do setor canavieiro, apesar dos obstáculos’, registra Antonio Lucas, secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da CONTAG, referindo-se à dificuldade em conciliar os interesses das categorias (patrões e empregados) no modificar da cultura existente no campo e no enfrentamento à presença dos intermediadores de mão de obra no mercado. . A solenidade contou com a presença de dezenas de representantes de federações de agricultores de todo o país, dos sindicatos de trabalhadores rurais e da CONTAG, da presidenta Dilma Rousseff, dos ministros Gilberto Carvalho, Pepe Vargas e Mendes Ribeiro Filho, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, respectivamente, além de deputados federais. Para Gilberto Carvalho, ‘O selo torna tangível o cumprimento das iniciativas firmadas entre governo federal, entidades de trabalhadores rurais e de empregadores para melhorar a vida dos que trabalham no setor da cana’. Para Antonio Lucas, é inquestionável que as condições de trabalho melhoraram no campo, mas segundo ele é preciso ter consciência de que ‘este selo não esgota a nossa missão, nem significa que as empresas contempladas estão livres do controle e da fiscalização do Estado e do Movimento Sindical. Pelo contrário, isso aumenta nossa responsabilidade’. Agora, a CONTAG empenha-se na superação de outros desafios, a exemplo da prorrogação e renovação do Compromisso Nacional, a questão da alimentação nos locais de trabalho, organização sindical e da construção de uma transição no processo de mecanização e substituição de mão de obra. ‘O processo de mecanização tem se dado de forma desordenada e desumana, levando os trabalhadores e trabalhadoras rurais a uma situação de miséria’, analisa o secretário da CONTAG, contabilizando 80 mil postos de trabalho que deixaram de existir no setor canavieiro em consequência da falta de planejamento ou de política pública e alternativas para a reinserção produtiva dos assalariados. Além destes problemas, ele cita também a falta de escolaridade e de qualificação dos trabalhadores. ‘Cerca de 70% deles não concluíram o ensino fundamental e pouco mais de 6% são analfabetos. Nesse contexto, não adianta criar postos ou frentes de trabalho em outras atividades econômicas. É preciso um processo de qualificação que os torne aptos a competir no mercado. Acreditamos na capacidade da presidenta Dilma de resolver essas questões. Acreditamos também no diálogo social e que, através da união de empregadores, empregados e governos, possamos construir um país melhor e mais justo’. Para saber mais sobre as 169 empresas que foram até agora agraciadas com o selo, consulte o site www.secretariageral.gov.br
FONTE: Imprensa Contag - Maria do Carmo de Andrade Lima