Enquanto o poder público é acusado de negligenciar em medidas de combate ao desmatamento, a iniciativa privada está se movendo no sentido contrário. Um exemplo disso é a empresa Replantar Investimentos Agroflorestais Ltda, que vai investir US$ 120 milhões no reflorestamento de 120 mil hectares em Mato Grosso.
O recurso será dividido em 12 anos de plantação e deve contribuir para tirar Mato Grosso do foco de "grande vilão" do desmatamento. Além do histórico e elevado percentual de desmate, o Estado teve 19 municípios incluídos na lista suja dos maiores responsáveis pelo corte ilegal de madeiras na Amazônia.
A relação foi elaborada e divulgada pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no início deste ano. O governo do Estado contesta os dados e entregou um relatório com a versão de Mato Grosso para o governo federal.
A proposta da empresa, que tem sede em Cuiabá, é reflorestar 10 mil hectares por ano, em módulos mínimos de 25 hectares, com espaçamento de 10 x 2 metros. A idéia é fazer o reflorestamento em áreas degradadas, passando por ajuste do solo para o posterior plantio do eucalipto, obedecendo, conforme a empresa, o sistema agroflorestal, com 80% de clones e 20% de sementes.
"Nosso objetivo é ter oferta de madeira para o futuro, ser uma opção no sequestro de carbono e para diminuir a pressão sobre as áreas de floresta nativa. Ou seja: teremos madeiras para biomassa, que utilizadas na geração de energia, queimadas nas caldeiras de esmagamento de sojas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e até São Paulo, fabricação de móveis, construção civil etc. E quanto maior oferta de madeira em áreas reflorestada, menor será a pressão sobre a madeira nativa", declara o empresário Vilmar Berté, idealizador do projeto.
Os investidores argumentam que Mato Grosso foi escolhido devido à sua disponibilidade de terras, solos profundos e adequados para reflorestamento. O estado também chama atenção por sua topografia plana e ondulada, o clima tropical, a grande demanda local por madeiras, a economia baseada na agricultura, pecuária e extrativismo vegetal e mineral, o escoamento por ferrovias, além do alto nível de radiação solar.
Também ressaltam a taxa interna de retorno da atividade, que varia 12% a 25% ao ano. Em geral, a atividade reflorestadora gera cerca de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos.
Os recursos para financiar o Replantar, segundo Berté, serão captados junto a fundos de pensão norte-americanos e europeus. "Já temos cinco mil hectares plantados com recursos próprios para mostrar a viabilidade do projeto", acrescenta o empresário, que apresentou o Replantar para o governador Blairo Maggi, presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), secretários de Estado e empresários interessados em investir no setor.
Ao visitar in loco o projeto na semana passada, Maggi disse que o Replantar é uma grande opção para o consórcio pecuária e floresta em Mato Grosso, acrescentou Vilmar Berté, em entrevista para o Olhar Direto.
Autor: www.olhardireto.com.br FONTE: O Nortão ? RO/MT
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