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PESQUISA
Embrapa cria controle ecológico para a Mosca-branca-do-cajueiro
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15 de Janeiro de 2009

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pesquisa

Um estudo coordenado pelo entomologista Paulo Henrique Soares comprovou que os óleos de mamona, de nim e de soja são eficientes no controle da mosca-branca-do-cajueiro, que tem destruído grandes plantações no Nordeste.

Os experimentos com os óleos vegetais revelaram uma eficiência de 46,1 por cento a 72,1 por cento no controle de ovos da mosca-branca entre o quinto e o vigésimo dia após a aplicação. Uma eficiência ainda maior foi apresentada no controle da ninfa (estágio jovem da mosca-branca ) : 91,4 por cento a 92,5 por cento entre o segundo e o quinto dia depois da aplicação dos óleos.

Ciclo da praga - A mosca-branca-do-cajueiro faz estragos na cultura em 36 dias. Nesse período ela passa pelas fases de ovo, ninfa e adulto. Nesta última, ela sobrevive cerca de 16 dias. Nas fases de ninfa e adulta, de acordo como o pesquisador, ela se alimenta da seiva da planta e injeta também toxinas. As fezes adocicadas da mosca-branca depositadas nas folhas do cajueiro servem de substrato para o desenvolvimento de fungos de coloração escura, que interferem na fotossíntese e respiração da planta, provocando danos.

As pesquisas da Embrapa Meio-Norte revelam que o ataque da mosca-branca aos cajueiros do Nordeste, principalmente no semiárido, é mais intenso na seca. E é nesse período que começa a reprodução da planta, com o surgimento das flores e o desenvolvimento da castanha e do pendúnculo. É também nesse período que as abelhas visitam as flores do cajueiro para a coleta de néctar e pólen, contribuindo, assim, na polinização das flores.

Os pesquisadores concluíram que a aplicação de agrotóxicos na tentativa de controlar a mosca-branca é de "extremo perigo". É que não existe no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento agrotóxico com registro específico para o controle da mosca-branca. Os agrotóxicos registrados para o combate às pragas do cajueiro são extremamente tóxicos às abelhas.

Nativo do Nordeste - Rico em vitamina C, o caju é nativo do Nordeste brasileiro. A denominação caju vem de "Acaiu", que no dialeto Tupi significa fruta amarela. Mas ele é encontrado também com a coloração vermelha e manteiga. A amêndoa, ou castanha, beneficiada, é quem movimenta a cajucultura interna e responde por uma boa fatia da pauta de exportações do agronegócio brasileiro.

Segundo dados do IBGE, em 2006 o Brasil produziu 243.770 toneladas de castanha. Deste total, o Nordeste foi responsável 241.518 toneladas. O Ceará foi o maior produtor, com 130.544 toneladas de castanha. Os cearenses respondem também pela maior área plantada: 371.032 hectares. O Rio Grande do Norte conquistou o segundo lugar na produção, com nada menos do que 47.862 toneladas de castanha. Lá, a área plantada foi de 114.754 hectares. O estado do Piauí ocupa a terceira posição no ranking. Produziu 41.853 toneladas de castanha, e venceu o Rio Grande do Norte em área plantada: 159.389 hectares. FONTE: Embrapa Meio-Norte



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