Foi o que defendeu hojeAntonio Simões, do Ministério das Relações Internacionais, na abertura da I Reunião do Coletivo de Política Internacional da Contag, em sua sede, em Brasília. Ele disse que a política internacional deve contar com as intervenções dos movimentos sociais. "Vocês (trabalhadores rurais) são os sujeitos das políticas internacionais, e o processo de negociação com os outros países reflete a organização e demanda da sociedade brasileira", explicou Simões.
Ele citou o caso dos agricultores familiares e dos biocombustíveis. "Só vamos conseguir fortalecer a agricultura familiar como fornecedora se ela for defendida por vários países. Dessa maneira criaremos um mercado produtor e outro consumidor". O presidente da Contag, Manoel dos Santos, disse que a articulação com outros movimentos é fundamental. "Vamos nos fortalecer e fazer valer a nossa voz à medida que conseguirmos articular o movimento sindical brasileiro com os movimentos dos outros continentes".
O secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, disse que o governo Lula mudou as estratégias da política internacional brasileira. "Ele (o presidente) quer diversificar os parceiros, dar valor àqueles que já existem, e quer também que os movimentos se fortaleçam nas suas lutas", disse. Dulci ressaltou que muitas vezes o governo não pode tomar determinadas atitudes, mas que essas podem ser defendidas pelos movimentos sociais para legitimar futuramente o discurso do governo em determinadas negociações.
Amanhã (10), os participantes discutirão o papel da política internacional no movimento sindical (Cooprofam e UITA), e as várias tendências do futuro das organizações sociais no mundo. Participam do encontro diretores da confederação, representantes do governo, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e lideranças das federações.
Fonte: Emmanuelle Nunes
Agência Contag de Notícias