A sede de vida e justiça da militante Elizabeth Teixeira é inspiração para todos os movimentos sociais que lutam pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras rurais a uma vida e trabalho dignos. A paraibana, que nasceu há 92 anos no município de Sapé (PB), é uma das mulheres mais importantes na história da luta camponesa do Brasil. Assim como Margarida Alves, Elizabeth Teixeira representa a força da mulher trabalhadora rural na luta pelos direitos à terra e ao trabalho digno. “Elizabeth inspira todas as Margaridas do campo, da floresta e das águas com sua força e garra para seguir em frente, mesmo com tantos desafios”, afirma a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas. A resistência de Elizabeth Teixeira às desigualdades impostas pelo latifúndio e pelo modelo concentrador de terras e recursos começou após o assassinato do seu companheiro João Pedro Teixeira, em 1962. Mesmo sofrendo ameaças e vulnerável à violência, Elizabeth chegou a recusar um convite de Fidel Castro para viver em Cuba com os filhos. Ela preferiu permanecer na Paraíba e dar continuidade à luta pela Reforma Agrária. A trajetória não foi fácil: a militante enfrentou diversas prisões que, além da liberdade, custaram também a vida da filha mais velha, Marluce, que se suicidou por temer que a mãe também perdesse a vida, como o pai. Durante a Ditadura Militar, foi presa pelo exército por oito meses e, quando foi solta, precisou fugir de sua cidade natal, porque sua vida estava em risco. Pode levar consigo apenas um dos onze filhos. Por 17 anos viveu na cidade de São Rafael (RN), utilizando outro nome: Marta Maria da Costa. Foi apenas em 1981 que saiu da clandestinidade, quando o cineasta Eduardo Coutinho a encontrou. Ele estava retomando as filmagens do documentário Cabra Marcado para Morrer, que reconstrói a história de João Pedro Teixeira e das Ligas camponesas dos municípios de Galiléia e Sapé. O cineasta deu à Elizabeth uma casa na capital da Paraíba, João Pessoa, onde a militante passou a morar. As Margaridas do campo, floresta e águas, assim como o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) como um todo, reconhecem Elizabeth Teixeira como símbolo de resistência e luta do campo, e celebra mais um ano de sua atuação para que o meio rural seja um lugar de igualdade, justiça e dignidade.
FONTE: Secretaria de Mulheres da CONTAG