As oportunidades para o uso de plantas medicinais e fitoterápicas como práticas complementares de saúde tem se ampliado cada vez mais. E com vistas a isso, a CONTAG está promovendo ações de formação sobre este tema com suas bases. Uma delas é o curso Bioeconomia das Plantas Medicinas e Fitoterápicos na Agricultura Familiar, que teve sua segunda fase aplicada ao longo dessa semana na sede da CONTAG, com seus módulos 3 e 4 completados entre os dias 11 e 15.
Esse curso é um resultado do acordo de cooperação técnica da Confederação com a Fiocruz, e tem coordenação das Secretarias de Políticas Sociais e de Política Agrícola. Ambos os departamentos trabalham de forma integrada, visando oferecer a perspectiva da saúde sobre o tema das plantas junto as possibilidades de organização e comercialização da produção.
“Sabemos que na Agricultura Familiar já existem práticas de manejo com plantas medicinais e fitoterápicos. E que além de contribuir com a qualidade de vida e promoção da saúde, também podem contribuir com a renda das famílias. Mas pra isso é importante ter políticas e programas que incentivem e valorizem o trabalho feito por elas”, explica a Edjane Rodrigues, secretária de Políticas Sociais da CONTAG
O público de participantes é formado por agricultores e agricultoras familiares que já trabalham com plantas medicinais em seus territórios, produzindo e participando em grupos e cooperativas. Sendo assim, o propósito do curso é de promover aprimoramento e qualificação dos conhecimentos dessas pessoas. E a partir dos conteúdos e reflexões propostas, que os educandos e educandas pensem, junto ao Movimento Sindical, em alternativas para incidir no governo com propostas de políticas públicas destinadas à produção e uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
Teoria e prática
Além dos ensinamentos teóricos, o curso apresenta atividades técnicas e práticas, que foram o foco desta segunda fase. A semana de curso já começou com uma visita, na segunda-feira, à Unidade Básica de Saúde (UBS) em Planatina, onde foram apresentadas experiências práticas em processamento das plantas e acesso a mercados. “Conhecer experiências práticas traz mais ânimo e energia positiva ao processo de estudos, através do contato com ações que já estão em andamento”, comenta Edjane.
Outro elemento importante é o compartilhamento das experiências que os educandos e educandas realizam em seus territórios, principalmente as desenvolvidas a partir dos conhecimentos transmitidos na primeira fase do curso, que aconteceu em junho. Também faz parte da metodologia a pesquisa, que já foram iniciadas pelos participantes, e tem entre seus propósitos agregar informações que contribuam para a incidência política sobre o tema. Com o encerramento da segunda fase hoje, as pesquisas seguem acontecendo nos próximos períodos, já com os novos elementos trabalhados nos dois módulos apresentados. Uma equipe seguirá monitorando e dando suporte aos educandos e educandas nesta etapa. Essas pesquisas devem ser finalizadas até dezembro, onde serão apresentadas em um grande seminário.
A avaliação geral da segunda fase do curso Bioeconomia das Plantas Medicinas e Fitoterápicos na Agricultura Familiar na visão da CONTAG foi muito positiva, como comenta Edjane “A semana toda foi muito proveitosa. Todos os conteúdos, professores e professoras, autoridades que passaram pela sala, como representantes do Ministério da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que aportaram importantes contribuições. A Fiocruz já está trabalhando em um acordo de cooperação técnica com esses ministérios com a perspectiva de continuidade desse processo.”
Francisca Ferreira, agricultora familiar no Distrito Federal, foi uma das educandas, e também avaliou positivamente as aulas desta semana. “Tem 11 anos que trabalho com plantas medicinais, e o curso foi maravilhoso pra mim. Me abriu novos horizontes, estou cheia de ideias para aplicar na prática. Já penso até em montar minha secadora, a partir do que aprendi aqui”, contou Francisca.
Parceria Fiocruz-CONTAG
Esse curso é um dos projetos derivados do Acordo de Cooperação Técnica assinado entre CONTAG e Fiocruz no 13º Congresso da CONTAG, e tem ajudado muito a fomentar a pauta da saúde na perspectiva rural, e também pautas de outras Secretarias da Confederação.