Com uma plateia de filhos, maridos, pais, irmãos e amigos, a 1ª turma composta exclusivamente por mulheres da Escola de Formação (Efor) da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Paraíba (FETAG-PB) recebeu na noite da última quinta-feira (28), seu certificado de conclusão do Curso, durante solenidade realizada no auditório da entidade, em João Pessoa.
Cantando “Amigos para Sempre”, as 28 educandas que conseguiram chegar até o fim do curso celebraram a determinação que tiveram, movidas pela vontade de aprender mais e se superarem como profissionais, mulheres, mães, esposas, etc. Durante 3 meses, elas passaram pelo menos uma semana inteira alojadas no Centro de Treinamentos da FETAG-PB, longe de suas famílias, para buscar mais conhecimento.
Elas representam os Sindicatos dos municípios de: Pocinhos, Alcantil, Pedro Régis, Bernardino Batista, São Vicente do Seridó, Uiraúna, Nova Palmeira, Nova Floresta, Bananeiras, Mamanguape, Araruna, Cuité, Campina Grande, Caldas Brandão, Picuí, Juripiranga, Belém, Salgadinho e Matinhas.
O nome da turma Antônia Esmerina de Oliveira (Dona Nova), ex-presidente do STTR de Matinhas, foi uma homenagem a umas das grandes lideranças femininas que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) paraibano perdeu no mês de maio deste ano. Ela era também avó de uma das educandas, Wilma Farias. A madrinha da turma foi a professora Sandra Magda Xavier, colaboradora da FETAG-PB para discussão da Política de Educação do Campo.
Ao fim da solenidade, as educandas homenagearam a coordenadora da Efor-PB, Cleide Araújo, com um vídeo e um presente, num reconhecimento a sua dedicação a causa da formação de lideranças para representarem melhor os Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais paraibanos.
“Fiquei bastante emocionada, pois essa é uma das bandeiras que levantei desde minha chegada a FETAG-PB, quando acabamos fundando a Escola de Formação. Não é fácil, principalmente por ser mulher, levantar e encampar novas bandeiras e lutas, mas passados 8 anos da fundação da Efor, e com 5 turmas formadas, já começamos a ver os frutos dessa semente plantada em 2008, que teve também como grande incentivador o amigo Jordivan Lucena. Além de preparar melhor as lideranças, temos na Escola, a possibilidade de identificar potencialidades de lideranças que darão continuidade a luta pelos direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Não vejo mais hoje, o Movimento Sindical sem esse processo formativo, que possibilitou as lideranças uma visão muito mais ampla”, destacou Cleide.
Avaliações
Ivoneide Rosário, diretora do Sindicato de Bananeiras, iniciou o curso nos últimos meses de gestação, e para concluir os outros 2 módulos teve que deixar o filho de poucos meses com o pai, em casa. “Não é fácil enfrentar tantas dificuldades para seguir essa luta, mas vale a pena porque temos que nos abastecer de informações e mais conhecimento para poder passar na nossa base. Uma das maiores dificuldades foi ter deixado meu filho, no 2º módulo, com apenas quatro meses. Sofri muito passei a semana toda praticamente sem dormir. Agora no último módulo, ele já estava com seis meses, e foi igualmente dolorido, ter que sair de casa vendo ele me olhando e me dando os braços. Chorei muito. E justamente nessa semana nasceu seu primeiro dentinho, um momento importante para toda mãe e seu filho. No entanto, faria tudo de novo, pois vale a pena ver o reconhecimento do nosso trabalho e a gratidão dos nossos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais pelo nosso trabalho”.
A dificuldade de ter que deixar filho pequeno e família em busca de aperfeiçoamento para a luta do Movimento Sindical, também é destaque na avaliação de Ivone Ribeiro, Conselheira Fiscal do Sindicato de Mamanguape. “Deixei meu filho de um ano com minha mãe, que tem 73 anos. É bem complicado, porque ela já tem alguns problemas de saúde por conta da idade. Mas conto ainda com o apoio das minhas irmãs. Mas o curso vale muito a pena, só tenho a agradecer, pois através dele pude exercitar e melhorar alguns pontos para o meu trabalho, como a dificuldade que tinha de falar em público. Também, juntamente com a vice-presidente do STTR, que também fez o curso, ativamos o Conselho de Mulheres do Sindicato e estamos organizando a formação de um Grupo de Estudos Sindicais (GES). Gostei muito não só de participar, mas do que aprendi e da forma que aprendi”, finalizou.
Nova Turma
Segundo a coordenadora da Escola, Cleide Araújo, essa foi a primeira turma de muitas que virão. “Já tivemos a confirmação de recursos da CONTAG, e muito em breve estaremos realizando a segunda turma exclusiva de mulheres na FETAG-PB, em Patos, para facilitar o acesso daquelas que não puderam se deslocar até a Capital para essa primeira turma. A intenção é repetir esse curso a cada ano, nos deslocando para todas as regiões do estado para que possamos expandir esses conhecimentos para quem não teve a oportunidade de estar conosco”, finalizou Cleide.
FONTE: Assessoria de Comunicação FETAG-PB - Neudja Farias