Entre os 165 palestrantes, debatedores e mediadores, o evento terá a presença ilustre de dois prêmios Nobel da Paz, Muhammad Yunus, do Grameen Bank, e o vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, Mohan Munasinghe.
O primeiro vai discorrer sobre como a cooperação pode extinguir a miséria e o segundo falará sobre aquecimento global, junto com o ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos.
Durante a conferência, serão tratados temas como etanol e biocombustíveis, o incentivo a padrões responsáveis de consumo e tecnologias para o uso de carvão limpo.
?É um evento de alta relevância, pois irá apresentar alternativas para as atuais matrizes energéticas. O amanhã em nosso planeta depende de nossas atitudes hoje?, acredita Munasinghe.
A meta é gerar políticas públicas que viabilizem a implantação de projetos de energia renovável no Brasil.
O assessor científico da conferência é um dos maiores especialistas em energia renovável do País, o físico José Goldemberg, ex-reitor da USP.
As experiências alemã e italiana com energia eólica e os créditos de carbono, respectivamente, serão analisados pelo presidente do Instituto Alemão de Energia Eólica, Jens-Peter Molly, e pelo diretor-geral do Ministério do Meio Ambiente, Território e Mar da Itália, Corrado Clini.
A produção em larga escala
Para o diretor da Eco Power, Ricardo Bornhausen, ainda se discute pouco as energias renováveis no Brasil.
?O problema da energia renovável no Brasil são os custos, pois já dominamos a tecnologia. Mas as barreiras podem ser eliminadas com uma larga produção em escala?, explica.
O evento tem o apoio oficial da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), com patrocínio do Banco Real, Bunge, Sadia, Eletrosul e Tractebel Energia.
Receita da cidade sustentável
Outra presença confirmada no evento é a do arquiteto, ex-governador paranaense e prefeito de Curitiba por três gestões Jaime Lerner.
O arquiteto será mediador do painel Eco Polis, sobre planejamento urbano e sustentabilidade.
Lerner, que já prestou consultoria para a prefeitura de Florianópolis, cita cinco medidas essenciais para que uma cidade evolua de maneira sustentável: usar menos os automóveis, fazer a separação e a coleta seletiva do lixo, morar perto do trabalho ou trazer o trabalho para perto de casa, criar espaços multiuso para a população e revitalizar o centro da cidade, que não pode ficar vazio à noite, incluindo a restauração de patrimônio histórico.
?A sustentabilidade nas cidades tem que tomar forma de equação: mais economia e menos desperdício?, argumenta o arquiteto paranaense.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o de Curitiba, Beto Richa, vão participar do painel.
Na busca da auto-suficiência
A previsão de cientistas é de que as fontes de gás natural, petróleo e carvão venham a se exaurir em, no máximo, 30 anos, mesmo que não se esgotem totalmente.
?Apenas 13% da energia utilizada no mundo é renovável. Uma parte desse percentual ainda é utilizada de maneira muito primitiva, principalmente na África e na Ásia. No Brasil, somos privilegiados porque a energia sustentável é usada de uma forma moderna, através de usinas hidrelétricas, por exemplo. E há outras formas de combustível, como o etanol, da cana-de-açúcar?, destaca o físico brasileiro José Goldemberg.
Embora o Brasil tenha sol o ano inteiro, ventos, chuvas e rios, esse não é o cenário que se vê em todo o planeta.
Além disso, a distribuição de gás e petróleo é desigual, concentrando-se no Oriente Médio, região politicamente problemática.
?Daí a necessidade de os países se tornarem auto-suficientes, desenvolvendo fontes internas de energia?, pontua Goldemberg.
Fonte: Redação Notícias do Dia FONTE: Rede SC ? SC