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COP26
É preciso ter a floresta em pé no Brasil e no mundo
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05 de Novembro de 2021


Foto: ilustrativa
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Em Glasgow, na Escócia, segue a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), com o objetivo dediscutir acordos, coalizações e alianças para redução da emissão de gases poluentes que impactam no aquecimento global ocasionado pelo efeito estufa. Na Conferência que teve início no dia 1º e vai até12 de novembro, estão líderesmundiais, entidades sindicais, organizações sociais e ativistas ambientais de várias partes do mundo.

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A COP26 é de extrema relevância para o Brasil e para o mundo, pois as mudanças climáticas impactam diretamente na vida, na preservação dos biomas, na produção de alimentos, nos regimes de chuvas, no aumento ou na diminuição do período de seca. Nesse sentido, é preciso que os governos assumam compromissos em reduzir a emissão de gases poluentes, caso contrário, o planeta estará condenado a torna-se um lugar inóspito à vida ao longo do tempo.

O Brasil chegou à Conferência climática com a intenção de se apresentar como protetor do meio ambiente, especialmente das florestas, contudo, a política ambiental em curso no país contradiz o discurso da comitiva brasileira na COP26. Basta olhar os dados levantados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que apontam que o desmatamento na Amazônia em agosto de 2021 foi o maior em 10 anos, registrando 1.606 km2 de floresta desmatada. O avanço do desmatamento e das queimadas também ocorre em outros biomas brasileiros, como Cerrado e Caatinga.

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Esses fatos fazem com que o Brasil participe da COP26 em situação constrangedora, uma vez que a política ambiental atualmente adotada favorece não só o desmatamento e as queimadas, mas também a mineração ilegal (inclusive em terras indígenas e áreas destinadas à conservação), além de termos hoje um desmonte dos órgãos de fiscalização, a flexibilização da legislação, e a inércia do Ministério do Meio Ambiente e/ou do presidente da República em reorientar positivamente suas ações. Tudo isso descredibiliza o país perante a comunidade internacional na COP26, e traz dificuldades para o País conseguir recursos das nações ricas, para financiar ações de preservação dos nossos biomas, especialmente o Amazônico.

“O governo brasileiro precisa considerar que vivemos uma emergência climática, e com ela todos corremos riscos: a agricultura familiar, a fauna e a flora, e a sociedade de uma forma geral. Conter esse processo não é uma tarefa para o amanhã, é uma tarefa de hoje, do agora, e que precisa ser protagonizada por iniciativas governamentais”, pontua a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Bonetti.

Para a secretária da CONTAG, a COP26 é mais uma oportunidade para o Brasil olhar para as questões climáticas e propor mudanças.

“É preciso que o governo brasileiro estabeleça critérios de transparência para atuação do país em relação aos compromissos que estão sendo firmados, inclusive demonstrando que o Brasil está em conformidade com o Acordo de Paris, cumprindo as metas para redução das emissões de gases que causam o efeito estufa”, registra Sandra.

Hoje a CONTAG, assim como vários setores da sociedade, avaliam que o Brasil pode avançar no cumprimento das metas propostas na COP26.

“Nós da agricultura familiar, que estamos na prática, no dia a dia da lida do campo, não estamos vendo iniciativas de contenção do desmatamento, ou de redução das mudanças climáticas, ao contrário, sofremos diariamente com isso, e somos prejudicados na produção agrícola. Reduzir a emissão de gases poluentes também passa por mudar a forma do uso da terra, e pelos cuidados com os biomas. O Governo Brasileiro precisa melhorar e avançar na sua política ambiental, pois o sentimento que hoje nós temos é o de abandono”, destaca a secretária.

Diante do que hoje o mundo discute na pauta climática em curso, do que os mercados buscam de países como o nosso, que passa pelo compromisso com a preservação ambiental, pela manutenção da floresta em pé, era de se esperar que o Brasil avançasse do discurso à prática, e apresentasse medidas concretas, planejadas, apontando caminhos viáveis de como irá, efetivamente, reduzir o desmatamento, estabelecer transparência de suas ações, firmando credibilidade perante a comunidade nacional e internacional de neutralidade climática.

Contudo, não é isso que se vê da comitiva brasileira na COP em curso, pois não há clareza de onde virão os recursos para investir nas ações ambientais propostas, e não se vê estrutura de governo que possa dar suporte ao prometido, como a pretensão de reduzir em 50% as emissões dos gases associados ao efeito estufa até 2030 e a neutralização das emissões de carbono até 2050, além da promessa de recuperar áreas desmatadas.

A politica climática é uma tarefa interna do país, e não se traduz apenas em política externa. Os compromissos firmados na COP 26 precisam ser cumpridos, pois terão impacto, de médio e longo prazo, na geração de emprego, na produção de alimentos saudáveis, na preservação da natureza e da vida. ´

A CONTAG compreende que é necessário restabelecer o diálogo sobre governança climática, envolver a sociedade civil, o parlamento, a academia, as comunidades tradicionais, os povos do campo, da floresta e das águas, que sempre tiveram papel estratégico como guardiões da natureza.

“Não acreditamos que política pública para o clima se efetive sem o diálogo democrático, sem investimentos continuados, sem o desenvolvimento de políticas, programas e projetos transparentes e cuidadosamente planejados. Sem floresta não temos clima, é preciso ter a floresta em pé no Brasil e no mundo”, diz Sandra Bonetti. FONTE: Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG



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