Tatiana Farah - O Globo
SÃO PAULO - Relatório divulgado nesta segunda-feira pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) com dados preliminares de 2007 mostra o mapa da violência no meio rural brasileiro. De janeiro a setembro, o número de famílias envolvidas em conflitos pela água no país foi de 25.919, contra 12.632 no mesmo período do ano passado.
Em números absolutos, os conflitos aumentaram de 38 para 40, mas a mobilização das famílias é grande, principalmente em torno do rio São Francisco. Para se ter uma idéia, 42,5% desses episódios ocorreram em estados banhados pelo rio, que hoje vive a polêmica do projeto do governo de transposição.
Quanto aos conflitos de terra, a CPT registrou 25 mortes até dezembro deste ano. Até setembro, foram 19, o que mostra uma queda em relação ao ano passado, quando foram registrados 30 assassinatos no campo. Mas isso não mostra que a violência arrefeceu, ao contrário. De acordo com a CPT: os conflitos diminuíram, mas ficaram mais violentos.
- Mesmo que em termos absolutos tenha havido uma queda geral nos números dos conflitos, em termos relativos há crescimento da violência. Em 2006, para cada ocorrência de conflito houve 1,2 famílias expulsas, 16 despejadas e os assassinatos correspondiam a um para cada 47 conflitos. No mesmo período de 2007, para cada ocorrência de conflito se computam cinco famílias expulsas, 19 despejadas e um assassinato para 44 conflitos - aponta o relatório da entidade.
O poder de fogo privado dos fazendeiros dobrou: as famílias expulsas passaram de 1.657, em 2006, para 2.711, em 2007. FONTE: Globo Online ? RJ