Com inadimplência de R$ 450 milhões, o correspondente a 10% dos R$ 4,5 bilhões da carteira ativa do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (Pronaf), o Banco do Nordeste (BNB) reuniu no últimos dois dias, no centro administrativo da instituição, no Passaré, em Fortaleza, representantes de movimentos sociais e da extensão rural. O objetivo foi discutir ações que permitam reduzir a inadimplência, para ampliar o crédito, e debater as diferenças de interpretação das finalidades e normas do crédito rural, no Nordeste.
´Essas dívidas são, em sua maior parte, decorrente de intempéries climáticas e dificuldades de comercialização dos produtores´, justificou o superintendente da Área de Agricultura Familiar e Programas de créditos Fundiários do BNB, Luís Sérgio Farias Machado. Segundo ele, esses são problemas que atingem cerca de 200 mil produtores no Nordeste e que os estaria deixando em situação difícil, de débito para com a instituição bancária.
Como forma de ´tentar cortar o mal pela raiz´, Machado disse que o Banco vai firmar convênio com a Ematerce, para garantir assistência técnica imediata para 310 mil agricultores da região. Financiado com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o convênio irá viabilizar ainda, novas formas de comercialização e promover a organização, entre os diversos elos da cadeia produtiva do setor.
Segundo ele, em cada Estado serão organizados grupos gestores, para orientar os produtores em relação à inadimplência. ´Esse é um número que preocupa e que precisa ser trabalhado´, disse Machado, em relação ao montante da dívida. Para resolver o problema de uma vez, o executivo disse que o governo Federal estuda um novo modelo de refinanciamento da dívida, que deverá ser apresentado no mês que vem. Antes disso, alertou, quem estiver em atraso não pode pegar outro empréstimo.
FONTE: Diário do Nordeste - 12/04/08