Lideranças conclamam para a unidade da classe trabalhadora na luta pela democracia e contra a retirada de direitos
“Só de lembrar o dia de ontem dá um nó na garganta. Imagino que milhares de mulheres e homens também sentiram um nó na garganta, uma dor no coração e choraram muito. Por outro lado, com a presença da Dilma no Senado, com o seu discurso e com o embate que enfrentou durante 15 horas, serviu para nós como combustível para séculos de luta.” Esse é o sentimento descrito pela vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Carmen Foro, depois de um dia inteiro de mobilização no Acampamento Nacional e no ato em frente ao Congresso Nacional. Na manhã desta terça-feira (30), a sindicalista participou de assembleia em frente ao Ginásio Nilson Nelson, onde encontram-se ainda alguns trabalhadores e trabalhadoras ligados a movimentos sociais e sindicais de todo o País.
Carmen e alguns trabalhadores e trabalhadoras presentes destacaram a postura firme da presidenta Dilma no seu julgamento de impeachment, um exemplo para a militância. “A postura dessa mulher de tanta firmeza vai nos alimentar para muitas lutas que precisamos fazer para continuar mudando o Brasil. Eu, como pessoa humana e coletiva, me sinto mais encorajada independente do resultado que for. Ela é vitoriosa e nós somos vitoriosas porque sabemos qual é o Brasil que queremos”, disse Carmen. Ela ainda completa que, com a perspectiva de retrocessos com a consolidação do golpe no País, as maiores afetadas serão as mulheres. “Nós entendemos que o governo ilegítimo vai trazer muitos prejuízos para os trabalhadores, e para as mulheres nem se fale, porque em qualquer crise, em qualquer lugar do mundo, a crise chega e as mais afetadas são elas. E aqui não será diferente! Já estamos vivenciando isso. Seja no processo de reforma da Previdência, seja no processo de reforma trabalhista, seja nas políticas públicas, já estamos sentindo a retirada das nossas conquistas garantidas ao longo do tempo”, destacou a sindicalista.
Apesar da luta em defesa da democracia continuar com força nesta terça (30) e quarta-feira (31), até o final da votação, com caminhadas, mobilização pelas redes sociais, articulações e outras ações políticas, os trabalhadores e trabalhadoras identificam que a possibilidade de afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff trará um cenário de perdas e de grandes desafios para a classe trabalhadora. Para Carmen Foro, os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade sempre tiveram esperança, lutaram, conquistaram e também tiveram perdas. Mas, segundo a dirigente sindical, o que faz todos e todas se manterem vivos(as), o que faz manter a existência das centrais sindicais e dos movimentos sociais é a coragem do povo de sonhar, de continuar sonhando, de se organizar e de lutar. “Passaremos por momentos difíceis, mas isso é natural, por períodos de encontrar o melhor caminho e é claro que isso só será possível com grandes debates, com profundas articulações, com muita unidade entre os movimentos do campo e da cidade para travarmos uma guerra na luta de classe que está na pauta nesse momento. A luta de classe nunca esteve tão evidente no nosso país e ela precisará ser a nossa bandeira principal no próximo ciclo. E para fazermos esse enfrentamento é fundamental a unidade da classe trabalhadora. Faremos o que estávamos acostumados a fazer, que é organizar o povo, lutar, refletir juntos e definir quais são os caminhos estratégicos para nós”, conclama Carmen. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi