Além dos debates sobre a realização do 18º. Grito da Terra Brasil, a reunião do Conselho Deliberativo foi palco da avaliação da Primeira Mobilização Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais, ocorrida em 20 de março desse ano, em Brasília. Segundo o presidente Alberto Broch, a CONTAG vai fazer 50 anos e sempre pautou esse tema. Mas, essa foi a primeira realizada de forma organizada com as 27 federações, mostrando a cara na Esplanada dos Ministérios. "A nossa avaliação é extremamente positiva por pautar o governo. Foi um momento conflituoso, mas demos visibilidade aos nossos assalariados e assalariadas rurais", disse Broch. Já o secretário de Assalariados(as) Rurais, Antonio Lucas, agradeceu os esforços das Secretarias de Assalariados dos estados na mobilização e organização dos trabalhadores(as) que vieram à capital federal. "Tivemos um prazo de 50 dias para organizar tudo e produzir os materiais. O trabalho da comunicação foi fundamental nesse processo, pois conseguimos nos comunicar com a sociedade, o que não é fácil aqui em Brasília. Também agradeço a toda assessoria e funcionários da CONTAG, inclusive os assessores regionais e diretores", destaca Lucas. Sobre a negociação da pauta, o dirigente explica que o processo foi curto e essa foi a justificativa usada pelo governo pela falta de efetividade na resposta dada em audiência com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e com os representantes dos demais ministérios envolvidos nas reivindicações. "Rompemos as negociações com o governo por termos nos posicionado contrários ao que estava sendo oferecido. Por esse motivo, o governo pediu um prazo de 30 dias para melhorar a resposta", divulga o secretário. No entanto, Lucas lembra que um ponto positivo foi o compromisso firmado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, em colocar em votação a PEC 438 (PEC do Trabalho Escravo) até meados de maio. "Saímos de cabeça erguida porque ainda estamos em um processo de negociação", afirma o secretário. O conjunto de dirigentes presentes na reunião elogiou a iniciativa do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) em realizar essa mobilização e dar visibilidade a esse segmento, que necessita de atenção do governo para diminuir os altos índices de informalidade nas relações de trabalho no campo; garantir a extensão dos direitos trabalhistas, principalmente os dos trabalhadores(as) com contratos de trabalho temporários; dentre outros. A maioria também registrou que essa é uma ação que precisa ter continuidade. No primeiro dia da reunião, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também teve uma participação especial, onde o coordenador de Relações Sindicais, José Silvestre Prado de Oliveira, tratou da campanha de filiação junto às entidades sindicais. A instituição faz assessoria e elabora pesquisas e projetos de educação, como estudos salariais, setoriais e temáticos. "Abordamos todos os temas nessa relação do capital e trabalho", informa. O Dieese está presente em 17 estados e o Mato Grosso deve ser o próximo a receber o escritório. São 661 entidades filiadas, 46 subseções, sendo uma na CONTAG. O coordenador deixou o diálogo aberto com as FETAGs e a CONTAG fez o compromisso de ajudar na divulgação dessa campanha permanente de filiação. Outros pontos da pauta foram a aprovação de algumas alterações no regimento interno da Comissão de Ética e a apresentação de orientações sobre a organização e mobilização dos delegados e delegadas para a Primeira Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Terceira Idade e Idosas Rurais, que acontecerá de 13 a 15 de junho, em Brasília. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi