O diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, disse que toda a área não cultivada dos perímetros irrigados do órgão será checada e, se for necessário, a instituição tentará retomar na Justiça a posse da terra, até para repassar os lotes a outros interessados.
Para ele, o maior prejuízo com a ociosidade das terras é pela não criação de empregos. "Se imaginarmos que, a cada hectare, poderia ser criado um emprego, então temos aí 30 mil empregos a menos no semi-árido", disse. Para Fernandes, não há prejuízo ao erário pela deterioração dos equipamentos não utilizados. "É só revender as terras", disse.
Apesar de metade das terras de perímetros irrigados do Dnocs estar sem produção alguma, o órgão já planeja investir na criação e ampliação de mais perímetros. Estão inclusos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) cinco projetos, com investimentos de R$ 491 milhões até 2010.
Os investimentos podem ser ainda maiores, pois, com a perspectiva da transposição do rio São Francisco, o potencial hídrico do Vale do Jaguaribe, no Ceará, deverá ser triplicado, segundo Fernandes.
Uma das saídas também para melhorar a produção nos perímetros seria, para ele, o plantio de oleaginosas, como mamona e soja, para o biodiesel.
A Codevasf também planeja investir mais em irrigação, ao longo do rio São Francisco, com R$ 740 milhões programados até 2010.
Sobre a reivindicação dos ex-irrigantes do perímetro Jaguaribe-Apodi, que querem invadir as terras hoje ociosas para cultivar, Fernandes disse que negocia com o grupo um outro terreno, mas sem irrigação, e que teria de ser disponibilizado pelo governo do Estado. Ele não vê ilegalidade no fato de empresas terem comprado as terras dos pequenos agricultores. "Esse é um projeto que funciona muito bem, tem uma comercialização bem eficiente, o que o torna alvo de disputa", disse. FONTE: Folha de São Paulo ? SP