Entre as questões centrais de debate no 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), que acontece de 4 a 8 de março, em Brasília, estão os direitos, políticas públicas e desenvolvimento com justiça social no campo. A expectativa é que os delegados(as) façam uma profunda discussão sobre a situação do campo brasileiro e tracem estratégias para garantir a implementação das políticas públicas e do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS).
Segundo o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson, há dez anos existia um campo excluído, mal avaliado e com poucas perspectivas para as pessoas permanecerem no campo. Hoje, os trabalhadores e as trabalhadoras rurais conseguem com mais facilidade acessar o crédito, comercialização, programas como Garantia-Safra, Bolsa Família e políticas estruturantes, como energia e água. “Conseguimos dar um passo importantíssimo na Previdência Social, e recentemente com a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta, a pesquisa nacional sobre educação infantil no campo, a escuta itinerante no campo, dentre outros. Queremos avançar mais nesse congresso”, disse.
José Wilson disse, ainda, que é preciso que o movimento sindical tenha uma atuação forte e ampla no sentido de compreender que as políticas sociais são essenciais e devem ser aperfeiçoadas, como o saneamento básico, a educação e a saúde.
Carmen Foro, secretária de Mulheres da CONTAG, reforçou a necessidade de se avançar nas políticas estruturantes. “É preciso avançar no campo dos direitos sociais, trabalhistas e nos direitos das mulheres, como creche no meio rural, por exemplo, para fortalecer profundamente a organização produtiva das mulheres e emancipar os sujeitos dos campos”, explica a secretária.
Natalino Cassaro, secretário da Terceira Idade da CONTAG, espera que nesse 11º CNTTR todos os delegados(as) façam uma reflexão no sentido de fortalecer as políticas agrícolas, pois será um tema forte em todos os grupos de debate. “A terceira idade ainda não está sendo reconhecida nos municípios, apesar de o envelhecimento estar muito forte no campo. Mas, todos os recursos que vêm do governo federal para os municípios permanecem no meio urbano, não chegam ao campo”, denuncia.
Já Elenice Anastácio, secretária de Jovens da CONTAG, falou da importância de discutir esse tema, principalmente sobre o investimento nas políticas voltadas para a juventude, da inserção dos jovens nos espaços de articulação, negociação e controle social. “Temos uma parcela da juventude que tem conseguido ter acesso a algumas dessas política. É significativo o número de jovens que acessam o crédito fundiário, quase 50% dos beneficiários tem até 32 anos. Mas, isso não se reflete em outra política de governo que é a de crédito para a juventude melhorar a produção, que é o Pronaf Jovem”, explicou.
A dirigente também destacou a necessidade de investimentos em educação. “Muito foi investido na educação no país. Mas, existe pouco investimento na educação do campo. Temos muitas escolas fechadas no campo. É preciso terra e educação, pois só vamos transformar essa sociedade mudando este cenário, quando as pessoas tiveram um pedaço de terra para trabalhar e tiveram acesso à educação”, finalizou. FONTE: Imprensa CONTAG - Carolina Almeida