A Assembleia Geral das Nações Unidas em 15 de dezembro de 1972, por ocasião da Conferência de Estocolmo na Suécia, cujo tema mobilizador foi o Ambiente Humano, no evento igualmente, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA. Estes eventos de alguma forma colocaram a temática ambiental em discussão. Ainda em 1971, o Relatório do Clube de Roma, Os limites do Crescimento enfatizava a insustentabilidade do sistema econômico e de produção. Contudo, os avanços para auxiliar a preservação e conservação dos recursos naturais ainda são muito tímidos.
O desmatamento acumulado de agosto de 2014 a março de 2015 chegou a 1.761 km2, equivalente a um crescimento de 214% em relação ao mesmo período anterior do monitoramento. Na Região Sudeste ainda continua sendo castigada pela crise hídrica, gerada pela falta de chuvas e descontrole no uso da água pela população e pelas indústrias. Estudos demonstram que o colapso de abastecimento de água na Região Sudeste está diretamente ligado ao desmatamento em locais da Amazônia, especialmente nos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso. Enquanto isso os recursos públicos do MMA para conter o desmatamento foram reduzidos 72%.
O problema climático para algumas nações já está sendo considerada uma ameaça à segurança nacional na medida preveem os aumento dos riscos de instabilidade e dos conflitos sociais. Nos Estados Unidos, o Departamento de Defesa lançou um estudo para avaliar a vulnerabilidade de 7.000 bases e instalações do exército americano. Significa dizer, que as mudanças climáticas começam a assumir contornos e abordagens militares em meio um cenário de dúvidas sobre a veracidade do fenômeno e a extensão de seus efeitos. Entretanto, em tempos de crise econômica é pouco provável que a agenda ambiental possa evoluir de forma consistente.
Os fóruns mundiais de debate sobre o tema têm avançado muito pouco. Pois qualquer ação mais consistente significa pisar no freio do crescimento econômico, revisão dos padrões de consumo e a urgente transformação a matriz energética. E este é um preço que poucos querem e podem pagar. Em meio a isto tudo, a preocupação se instala na relação da mudança climática com a agricultura e seus impactos na produção de alimentos.
Esta é uma área de poucos avanços, pois o foco é a ainda a preocupação em produzir cada vez mais para alimentar os quase oito bilhões de habitantes do planeta. A Embrapa e a Unicamp avaliam que o aumento das temperaturas pode provocar perdas nas safras de grãos no valor de R$ 7,4 bilhões já em 2020, as perdas podem ampliar pode saltar para R$ 14 bilhões em 2070. Isto certamente vai alterar intensamente a geografia da produção agrícola no Brasil. Contudo, a política agrícola ainda não incorporou a urgência da demanda ambiental em suas abordagens, mas, há enormes oportunidades de interface, inclusive, ao incorporar as possibilidades de geração de renda.
Neste Dia Mundial de Meio Ambiente na visão da Contag, não apresenta muitos motivos para comemoração. A atuação do Estado ainda é muito precária, especialmente em alocar recursos públicos necessários para cobrir, e a sociedade ainda não compreendeu a extensão dos perigos imediatos e futuros que pesa sobre nós. FONTE: Assessoria Política Meio Ambiente CONTAG - Toledo Boeira