Há 23 anos, 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar do estado do Pará em Eldorado dos Carajás. Para marcar esse trágico dia e reforçar a importância da reforma agrária para o País, o dia 17 de abril tornou-se o Dia Internacional de Luta pela Reforma Agrária. No entanto, esse não foi um caso isolado. Muitas de pessoas foram e continuam a ser assassinadas na luta pela conquista ou para se manter na terra.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) reafirma a luta por uma reforma agrária ampla, massiva, de qualidade e participativa como um dos seus eixos centrais do seu projeto político – Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), ainda mais no atual cenário de desmonte das políticas para a agricultura familiar, especialmente de acesso à terra e de desenvolvimento dos assentamentos.
“A reforma agrária vale a pena e dá certo. Quando as políticas públicas chegam, os assentamentos conseguem se desenvolver bem, com grande produção de alimentos saudáveis, desenvolvendo comunidades, contribuindo com a economia brasileira, garantindo renda para as famílias rurais e a soberania e segurança alimentar da população brasileira. A agricultura familiar brasileira, incluindo as famílias assentadas, contribui com R$ 60 bilhões por ano para o PIB brasileiro. Então, por qual razão em um País com dimensões continentais como o Brasil há pouca gente que tenha tanta terra e outras tantas que queriam ter pelo menos um pedacinho de chão e não consegue?”, questiona o secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias Borges.
O presidente da CONTAG, Aristides Santos, reforça que a reforma agrária é, acima de tudo, uma condição para a democracia, para o desenvolvimento do campo e do País. “O acesso à terra é um direito fundamental, é sinônimo de liberdade, democracia e desenvolvimento com justiça social”, destaca. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi