Dia 25 de julho celebramos o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. A data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi instituída em 1992, a partir das discussões sobre machismo, racismo e formas de combatê-los, que aconteceram no primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana.
No Brasil, em 2 de junho de 2014 também foi instituído por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, homenageando uma das principais mulheres, símbolo de resistência e importantíssima liderança na luta contra a escravização.
Portanto, o Dia 25 de julho (Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra) é uma data em que as mulheres rurais refletem e fortalecem suas pautas de lutas por uma sociedade mais justa e contra os retrocessos e a falta de políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade que ameaçam, principalmente, a vida de mulheres negras.
No cotidiano, a desigualdade de gênero e racial ainda é um desafio a ser superado no Brasil e no mundo. Um exemplo foi o caso Miguel, um garoto de 5 anos que morreu após cair de um prédio de luxo em Recife/PE, por descuido da patroa branca, enquanto a mãe do menino, uma empregada doméstica e negra, havia saído para levar os cachorros da família branca para passear.
Dados recentes do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) apontam que a população negra, em sua maioria mulheres, morrem mais do que os(as) brancos na pandemia no Brasil: 54,8% em levantamento com cerca de 30 mil casos, com base nos dados do Ministério da Saúde.
Pela pauta das mulheres negras do Brasil e Latinas e Caribenhas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) em parceria com várias organizações do campo e da cidade realiza desde 2000, a Marcha das Margaridas.
Na sua última edição (2019), a Marcha das Margaridas teve como eixo central Margaridas na Luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência.
Estamos em um momento difícil, porque os nossos direitos estão sendo retirados, mas as mulheres do campo, da floresta e das águas, seguem unidas para mostrar ao Governo, ao Congresso e à sociedade que o modelo de desenvolvimento que queremos prima pelos direitos das mulheres negras, e pela promoção da igualdade racial e superação do racismo no Brasil e em toda a América Latina e Caribe, afirma Mazé, secretária de Mulheres da CONTAG e Coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019.
No Brasil, a população negra, corresponde a mais de 118 milhões de pessoas (56% da população), em sua maioria mulheres.
ARTIGOS
Em alusão ao Dia 25 de julho - Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, também compartilhamos com vocês, três artigos que falam da luta das mulheres negras.
Salve Tereza de Benguela! Presente em 2020!, de Celenita Gualberto Pereira Bernieri. AQUI
Nossas escrevivências importam, de Anielle Franco. AQUI
"Protagonismo Feminino, Negro e Nordestino", de Vera Rodrigues. AQUI FONTE: Comunicação CONTAG