O Dia da Consciência Negra ou Dia de Zumbi dos Palmares, celebrado neste 20 de novembro é uma data de reflexão sobre as questões e desafios enfrentados pelo povo negro, na sociedade brasileira.
São desafios que nem mesmo com a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888 após o decreto da Lei Áurea vieram ao fim. Afinal, os negros(as) foram abandonados(as) à própria sorte, sem a realização de reformas que os integrassem socialmente.
Um abandono que vem se arrastando ao longo dos séculos e chega até os dias atuais, como revelam várias pesquisas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada cinco negros que vivem em zonas rurais ainda é analfabeto, ou seja, não leem e nem escrevem. A taxa de analfabetismo de pretos e pardos sobe a 20,7%, contra 11% dos brancos. O Instituto também mostra que os agricultores(as) negros(as) são maioria, mas têm menos acesso à terra.
Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que os assassinados de negros no Brasil é 132% maior do que o de brancos. E o Atlas da Violência registra que o Brasil tem 13 homicídios de mulheres por dia, e a maioria das vítimas é negra.
Nas questões de renda e emprego, o povo negro também é o mais excluído. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) registram que o trabalhador branco recebe, em média, 72,5% a mais do que um profissional negro. De cada três brasileiros desempregados no Brasil, dois são negros, revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
Assim, mais que celebrar, devemos fazer do Dia da Consciência Negra uma data de reflexão sobre o que devemos pensar e podemos fazer enquanto ser humano e sociedade para combater a desigualdade social que exclui sobretudo os(as) negros do Brasil e também pensar sobre nossas atitudes referentes ao julgamento de alguém pela cor da pele.
FONTE: Comunicação CONTAG