27/12/2007
A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), agência de inovação vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia), vai investir R$ 20 milhões no fundo de private equity Terra Viva, administrado pela DGF (Decisão Gestão de Fundos) para investir no setor sucroalcooleiro.
A DGF está se estruturando para levantar mais de R$ 300 milhões para investir nos próximos quatro anos em usinas de açúcar e álcool em todo país e também em empresas ligadas ao setor e possivelmente em logística.
Segundo Patrícia Freitas, superintendente da área de investimentos da Finep, esta é a primeira vez que a agência investe no setor de açúcar e álcool. "Este é o segundo investimento da Finep em fundos da DGF", afirmou Freitas. A DGF atua em diversas áreas, sobretudo as ligadas em tecnologia.
Freitas informou que a Finep faz aportes em fundos de investimentos desde 2001 e já atua em 14 no total. A Finep concentra seus investimentos em empresas de médio porte já consolidadas no mercado, mas que ainda não estão prontas para abrir capital na bolsa de valores.
O Valor apurou que a DGF quer entrar no mercado sucroalcooleiro porque considera o setor com forte potencial de concentração. Atualmente o setor é pulverizado, com cerca de 400 usinas. A gestora está olhando negócios na área de produção de açúcar e álcool, mas também não descarta investir em empresas de equipamentos para o setor e também em logística.
A Finep já comprometeu, desde 2001, cerca de R$ 112 milhões em fundos de capital. De 2008 a 2010, a Finep vai destinar R$ 330 milhões para cerca de 25 fundos de investimento em empresas inovadoras, o triplo do total aplicado nos últimos seis anos. A expectativa é que sejam alavancados mais R$ 1,6 bilhão junto a investidores parceiros, recursos que somados vão beneficiar aproximadamente 300 empreendimentos.
A entrada de fundos de investimentos no setor sucroalcooleiro teve início nos últimos dois anos e se intensificou desde o ano passado. O Infinity Bio-Energy, administrado pelo executivo Sérgio Thompson-Flores, foi um dos pioneiros no país. Outros fundos, como a CEB (Clean Energy Brazil), chegaram ao país apostando pesado no mercado global de etanol. Neste ano, a Brenco, administrada por Phillipe Reichstul, anunciou investimentos de mais de US$ 2 bilhões no Brasil. (MS) FONTE: Valor Econômico ? SP