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DEVASTADORES DA AMAZÔNIA QUEREM
Devastadores da Amazônia querem sair da lista suja
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23 de Abril de 2008

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BRASÍLIA - Dois meses depois de terem os nomes de suas cidades na "boca do sapo", isto é, listados entre os 36 maiores devastadores do País, prefeitos amazônicos dão sinais de que pretendem se redimir. Eles vêm sendo procurados por proprietários rurais interessados em obter apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Parecem mesmo incomodados com a repercussão do fato, no Brasil e no Exterior.

À Agência Amazônia, o coordenador do Núcleo Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), André Lima, mostrou-se surpreso com as boas notícias. "Tão logo a lista foi anunciada, começou a reação: uns se queixaram amargamente aos políticos dos seus estados, outros telefonaram ao ministério pedindo para que seus nomes fossem retirados da lista", comenta.

Prefeitos e madeireirosA lista dos maiores devastadores foi anunciada pelo Decreto nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Lima menciona a situação de Rondônia como estímulo a outros municípios da Amazônia que desmatam ilegalmente ou põem fogo na floresta para a formação de pastagem e para a expansão de culturas agrícolas de exportação. Por iniciativa de alguns parlamentares que freqüentam as duas comissões do setor na Câmara dos Deputados - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional - o tema entrou na ordem do dia.

De braços dados com a deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), o prefeito de Machadinho do Oeste, Luiz Flávio Carvalho Ribeiro (PTB), o Luiz Flávio do Incra, madeireiros e representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente se comprometeram a formular o Pacto pela Melhoria e Proteção do Meio Ambiente e Manutenção das Atividades Produtivas. O modelo poderá ser adotado em outros municípios de Rondônia atingidos pelo desmatamento. O estado possui zoneamento agroecológico.

Regularização fundiáriaEm 2007 André Lima previa que ações planejadas para o chamado uso racional das florestas e a concessão de incentivos econômicos para atividades consideradas sustentáveis poderiam melhorar a situação. Para Marinha Raupp, o apoio dessas instituições será fundamental no controle do desmatamento em Rondônia.

No entanto, a deputada assegura que somente as ações de prevenção, monitoramento e controle do desmatamento da Amazônia não bastam. "São também necessários e inadiáveis o georreferenciamento, a regularização fundiária e a recomposição de áreas degradadas em projetos de assentamento. Ações iguais a essas poderão proporcionar o fomento e intensificação da agropecuária, do reflorestamento e do manejo florestal", ela afirma.

A deputada acredita que, desta vez, os municípios estão preocupados com a questão ambiental, contudo, reivindica a visita de uma equipe técnica do governo federal para apoiá-los na efetivação do pacto. Incra, Ibama, Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria de Meio Ambiente de Rondônia prometem definir mecanismos que venham amenizar os impactos trazidos pelo desmatamento no estado cujos índices de perdas da floresta subiram para mais de 600% no ano passado. FONTE: Agência Amazônia de Notícias - 22-04-2008



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