Tailândia é a cabeça-de-ponte para permitir o deslocamento dos efetivos recrutados na direção de outros 35 municípios paraenses expostos a intensa atividade predadora. Reunido no âmbito da Operação Arco de Fogo, o contingente de 800 homens é composto de agentes da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Polícia Militar. Trata-se de iniciativa justificável diante da ousadia dos que afrontam a lei para enriquecer à custa de devastação criminosa, mas restrita a ação de sentido policial, limitada a espaço ínfimo e, portanto, de efeitos reduzidos.
As barbáries destrutivas avançam cada vez mais sobre pontos remotos da cobertura vegetal amazônica. É certo que não refluirão se depender apenas da mobilização do braço humano. Convém lembrar que a Amazônia fisiográfica compreende 3 milhões e 581 mil quilômetros quadrados (42,7% do território nacional). A Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados (60% do país). Para controlar tais vastidões, é indispensável recorrer a meios eficientes tomados a tecnologias avançadas.
Até agora, os dados sobre a derrubada de árvores e queimadas são obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mediante imagens captadas por satélites. O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), construído a partir de 1997, possui equipamentos capazes de promover avanço significativo, sobretudo no tocante à qualidade das informações, no combate ao desmatamento. Todavia, ou tais instrumentos ainda não estão disponíveis para uso ou os dados permanecem não distribuídos aos órgãos oficiais encarregados da preservação ambiental.
O Ministério do Meio Ambiente e observadores não oficiais debitam à ocupação de áreas para o avanço da soja, criação de gado e retirada de madeira para usinas siderúrgicas do Pará a alarmante devastação em final de 2007. Enfrentar e controlar os danos à região comporta não perder de vista que a Amazônia representa 33% das florestas tropicais do mundo e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Só ampla construção de meios estratégicos com base na tecnologia será capaz de evitar que aventureiros aniquilem tamanho patrimônio do povo brasileiro. FONTE: Correio Braziliense ? DF