"A Capital da República estará pintada de lilás entre os dias 17 e 22 de agosto, pois duas grandes mobilizações irão acontecer nesta cidade, protagonizadas pelo movimento organizado de mulheres". Assim começou o discurso do deputado Eudes Xavier (PT-CE), no Plenário da Câmara, na quinta-feira passada referindo-sea II Conferência de Política para as Mulheres (17 a 20 de agosto) e a Marcha das Margaridas (21 e 22 de agosto). A Marcha é promovida pela Contag.
O deputado informou que a Marcha das Margaridas faz parte da agenda do sindicalismo rural brasileiro e do movimento de mulheres, que é uma ação organizada pela CONTAG, CUT, federações e sindicatos e várias redes de mulheres da América Latina e Caribe. "Elas querem superar as desigualdades entre homens e mulheres no campo; fortalecer sua organização; denunciar e erradicar a fome, a pobreza e todas as formas de violência contra as trabalhadoras rurais; investir na formação política, sindical e feminista das camponesas; fortalecer a capacidade de proposição e negociação, de políticas gerais e específicas, para as mulheres trabalhadoras rurais", disse Xavier.
O deputado José Guimarães (PT-CE) pediu a palavra para lembrar que a Marcha das Margaridas 2007 conta com apoio dos homens também. "Essa luta é de todos aqueles que querem e desejam construir um Brasil digno, onde mulheres e homens sejam tratados como seres humanos, sem qualquer tipo de discriminação. As reivindicações que foram entregues ao governo sintetizam bem o compromisso de lutar não só por reforma agrária, mas também de incluir na sua agenda política de negociação, ações concretas contra todo tipo de discriminação que ainda existe".
O deputado Domingos Dutra (PT-MA) falou sobre a Convenção 184 da Organização Nacional do Trabalho (OIT), que um dia antes foi rejeitada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e sua articulação com a Marcha. "Ontem, na Comissão de Agricultura, a Convenção 184 da OIT, que trata justamente das condições de segurança e saúde no campo, foi rejeitada. A maioria daquela Comissão achou que isso era privilégio, que era uma invasão à soberania nacional, quando, na verdade, esta convenção trata de condições mínimas para que os agricultores, homens e mulheres pudessem ter saúde e segurança no trabalho. A Marcha é importante porque vai resgatar essa questão", lembrou.
Fonte: Emmanuelle Nunes