O ministro Henrique Paim, da Educação, recebeu nesta tarde a Comissão Nacional do 20º Grito da Terra Brasil, para discutir as questões da pauta do GTB que tratam da educação do campo. O secretário de Políticas Sociais, José Wilson Gonçalves foi quem apresentou e detalhou os pontos ao ministro, acompanhado do vice-presidente da CONTAG e secretário de Relações Internacionais, William Clementino, e a secretária de Terceira Idade, Lúcia Moura. São cinco pontos sobre essa temática, destacando-se dois deles como prioritários, sem excluir a importância dos demais. O primeiro é a construção de uma proposta de formação técnico-profissional para o campo, já esboçada pela CONTAG e entregue em mãos ao ministro e sua equipe na audiência, com o principal intuito de forma a adequar o PRONATEC CAMPO, programa do governo já existente, às especificidades do campo. A CONTAG, em parceria com o Instituto Federal de Brasília, iniciou no ano passado uma experiência baseada no modelo pensado para essa adequação, e gostaria que o governo se espelhasse nessa experiência. “Nossa experiência está apresentando bons resultados e os alunos estão gostando muito”, destacou o secretário de Políticas Sociais. A segunda prioridade é a coibição de fechamentos de escolas rurais, que vem acontecendo com muita frequência, além de investimento em ações para a formação de educadores dentro da licenciatura em educação do campo, de forma a abrir mais escolas e melhorar a qualidade delas. Outra grande preocupação da CONTAG levada ao ministro é a formação superior do país, que não dialoga com as realidades das áreas rurais. “Muitos profissionais são formados com os conteúdos e metodologias focados para a área urbano, e nenhum formado para atender profissionalmente às demandas do campo. Há uma necessidade de interferirmos na formação superior de nossos profissionais”, explicou José Wilson. O secretário Willian também aproveitou o momento para levantar a questão da educação infantil no campo, incluindo a abertura de creches, pois as famílias rurais tem grande dificuldade em encontrar lugares adequados para deixar as crianças enquanto os adultos trabalham, e muitas acabam levando-as para a lavoura. Esta questão está prevista no âmbito da proteção infanto-juvenil, e também é uma demandas das mulheres trabalhadoras rurais. “Queremos ações que venham de encontro a realidade do campo, e esforços do governo para que isso aconteça. A escola não pode continuar sendo um fator que causa esvaziamento do campo, além de seus conteúdos não estarem contribuindo para seu desenvolvimento”, finalizou José Wilson.“Nós temos feito um grande esforço para melhorar os indicadores da educação do campo. De fato temos grandes diferenças entre o que avançamos na cidade e o que avançamos no campo”, reconheceu o ministro Paim. Os resultados dessa e das outras audiências do 20º GTB serão anunciados pela presidenta Dilma, entre os dias 20 e 22 de maio. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila