Os milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais que participam do Grito da Terra Brasil chegaram à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, às 5h30, nesta quarta-feira (12). A primeira atividade organizada pela Contag será uma assembléia geral, às 8h, para apresentar a programação do dia para as delegações de todo o País.
Os manifestantes deverão sair em passeata, às 10h30, para participar de um ato político em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais vai reafirmar a necessidade da manutenção de um ministério exclusivo para coordenar a implementação das políticas específicas para a reforma agrária e para a agricultura familiar. A fusão entre o MDA e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) vem sendo defendida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “O MDA deve ser fortalecido para ampliar e consolidar as nossas conquistas. Não somos iguais aos ruralistas e não vamos aceitar a volta ao passado”, adverte Alberto Broch, presidente da Contag.
Os trabalhadores e trabalhadoras rurais também vão enfatizar a bandeira de luta da reforma agrária e cobrar do governo federal a atualização dos índices de produtividade rural. “Não aceitamos a tentativa dos representantes do agronegócios de criminalizar os movimentos sociais que lutam pelo acesso à terra. Reforma agrária não é crime. É um direito do povo!, afirma Willian Clementino, secretário de Política Agrária da Contag.
Resposta do governo – A audiência com o presidente Lula para o governo federal apresentar a resposta às 223 reivindicações do Grito da Terra Brasil está marcada para as 11h, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Uma comissão formada pelos dirigentes da Contag e das Fetags deverá participar do encontro. “As negociações que tivemos com 18 ministros nas últimas semanas sinalizam que vamos avançar bastante neste ano”, afirma Alessandra Lunas, vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da Contag.
Na parte da tarde, os manifestantes vão realizar uma nova passeata até o Ministério do Trabalho e Emprego. O ato político vai cobrar do ministro Carlos Luppi agilidade para os processos de registro sindical e o posicionamento do governo federal contra a prática de divisionismo sindical no campo. “O princípio constitucional da unicidade sindical deve ser assegurado. A criação de entidades paralelas visa somente enfraquecer a organização e luta dos trabalhadores e trabalhadores rurais”, exige Juraci Moreira, secretário de Formação e Organização da Contag.
Congresso Nacional Após a manifestação em frente ao Ministério do Trabalho, os trabalhadores e trabalhadoras rurais vão seguir em passeata até o Congresso Nacional. Os manifestantes vão cobrar dos parlamentares a aprovação de projetos importantes como a PEC contra o trabalho escravo e os que tratam da remuneração pela prestação de serviços ambientais, do enquadramento sindical, entre outros.
Os dirigentes da Contag vão apresentar durante o ato político em frente ao Congresso Nacional as respostas do governo federal às reivindicações do Grito da Terra Brasil. O encerramento das manifestações está previsto para às 18h. FONTE: Ronaldo de Moura, Agência Contag de Notícias