“O educador se eterniza em cada ser que educa”, é com essa frase de Paulo Freire que a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) deixa a sua homenagem a todos os professores e professoras e educadores e educadoras populares neste dia 15 de outubro.
No entanto, o momento é de reflexão e indignação sobre a má remuneração, falta de infraestrutura e investimentos, rotina desgastante e desvalorização da carreira. Essas são as principais demandas da categoria e o atual cenário político e econômico brasileiro e as previsões de futuro, dependendo do resultado da eleição presidencial, no segundo turno, não são os melhores.
Já podemos sentir os impactos da Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos em saúde e educação, inviabilizando reajuste salarial da categoria, comprometendo o Plano Nacional de Educação (PNE) e não cumprindo as metas de diminuição do analfabetismo no Brasil.
Pesquisa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que, incluindo os 34 países que integram a organização e mais 10 países parceiros, o Brasil está em segundo lugar no ranking de piores salários dos professores.
Como queremos mudar o nosso País sem investir em educação? E pior, como pretendemos mudar o cenário elegendo pessoas que não têm a educação como política prioritária? Como dizia Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
Durante dois anos de governo ilegítimo de Michel Temer, a educação deixou de ser prioridade. São 11 milhões de brasileiros e brasileiras analfabetos em todo o País, ou seja, 7,2% da população em 2017, e o índice permaneceu em 7% em 2018 – menos de 300 mil pessoas foram alfabetizadas em um ano. É por isso que precisamos reforçar a luta para revogar a EC 95 e voltar a investir na educação, mas não em qualquer educação.
Defendemos os princípios de Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira, de emancipação do indivíduo por meio do pensamento crítico e libertário, de que o profissional de educação deve levar os alunos e alunas a conhecerem conteúdos, mas não como verdade absoluta, pois “não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”, defendeu Paulo Freire.
Portanto, nessa data tão importante, dia de uma das principais profissões do País, o Dia do Professor e da Professora, a CONTAG afirma a importância de a categoria ser mais valorizada, de ter suas pautas como prioridade em programas de governo e de a política de educação ter um caráter popular e ser um dos pilares do desenvolvimento do País e do mundo.
Viva os nossos professores e professoras, viva os nossos educadores e educadoras populares de todo o Brasil! FONTE: Direção da CONTAG