Depois de três dias do Curso de Capacitação de Lideranças em Gestão de Políticas para a Agricultura Familiar: Estratégias para a Implementação do Plano de Ação da Década, realizado de 16 a 18 de maio de 2022, no CESIR/CONTAG, os mais de 100 participantes das 27 Federações filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), apontaram estratégias para a difusão da Década da Agricultura Familiar e para o fortalecimento da agricultura familiar, com uma maior e mais efetiva participação de mulheres e jovens rurais. As estratégias estão articuladas aos 7 pilares da Década da Agricultura Familiar que teve início em 2019 e vai até 2028.
Dentre as ações propostas estão o lançamento da Década da Agricultura Familiar nos espaços do Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG); o fortalecimento das feiras livres com o agricultor interagindo diretamente com os(as) consumidores(as), atendendo as demandas dos mercados locais, com apoio do poder público e de outras organizações; o empoderamento dos(as) jovens e das mulheres para ocupação de espaços de diálogo e de tomada de decisões no âmbito familiar, na comunidade, no Sindicato, na cooperativa, na igreja, para que a construção ou qualquer decisão tenha o recorte da juventude e das mulheres rurais; a realização de intercâmbios entre agricultores e agricultoras familiares de diferentes regiões do Brasil para viabilizar a troca de saberes; a capacitação dos agricultores e agricultoras em novas tecnologias para a potencializar a produção; a capacitação dos Sindicatos e das Federações para melhor utilizar a plataforma de acesso para a emissão do Caf-Pronaf; a busca pela desburocratização do acesso aos serviços, políticas públicas e mercados; o avanço na organização dos agricultores e agricultoras no processamento da produção, inclusive fomentando o associativismo e o cooperativismo.
O curso teve importantes debates sobre os principais desafios do Sistema Confederativo na gestão e monitoramento das políticas públicas para agricultura familiar, com Arilson Favareto, sociólogo e doutor em Ciência Ambiental; a situação atual, recomendações e propostas de políticas públicas para agricultura familiar, vinculadas ao Pronaf e ao cooperativismo, com Vanderley Ziger, presidente da Unicafes; a agenda internacional da CONTAG, tendo como prioridade a Década da Agricultura Familiar, com foco nas oportunidades e desafios para o movimento sindical; o papel das mulheres e da juventude do campo na construção, gestão e monitoramento das políticas públicas; e o contexto político e papel do(a) dirigente sindical como agente de mudança, para avançar na gestão das políticas públicas para a agricultura familiar, com Clemente Ganz Lúcio, sociólogo, professor universitário e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). E ainda a contribuição do deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS).
Arilson Favareto, sociólogo e doutor em Ciência Ambiental
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Vamos fortalecer a Década da Agricultura Familiar em todo Brasil, a partir das várias propostas internas e externas que nós vamos levar para todas as instâncias deliberativas do nosso Sistema Confederativo. Tenho certeza que construiremos grandes ações em prol da Agricultura Familiar e do desenvolvimento sustentável, buscando a erradicação da pobreza, destacou o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Alberto Ercílio Broch.
O curso construiu estratégias para o fortalecimento da agricultura familiar, nos mostrando caminhos de atuação do Sistema Confederativo, mesmo diante dos grandes desafios no âmbito das políticas públicas e do projeto de sociedade que inclua o desenvolvimento territorial e priorize a soberania e segurança alimentar, as mulheres, juventude e pessoas idosas, disse a secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques Pinto.
Além de ter possibilitado uma grande integração entre Secretarias, o curso apontou importantes propostas de ações e políticas públicas que se efetivadas permitirão uma maior valorização das mulheres e da juventude rural, "pois mesmo sendo dois importantes sujeitos do campo, estão entre os que mais têm seus direitos negados e excluídos", pontua a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais.
FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes