A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), através da Comissão Estadual de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CEJTTR), participou com 95 jovens de 18 regionais do 1º Festival Estadual do Jovem Saber nos dias 13, 14 e 15 de dezembro na sede campestre do SESC em Porto Alegre. A programação estava cheia de novidades, que variavam entre jogos, teatro, poesia, música, oficinas, grupos de trabalho, práticas de alongamento, baile, atividades livres, etc.Conforme a coordenadora de Jovens da Fetag, Lisiane Cunha, foi a primeira vez nos 15 anos de caminhada que a CEJTTR realizou uma atividade desta natureza. As avaliações foram muito positivas, pois além de um profundo debate sobre educação do campo, cultura nas comunidades rurais e lazer, a juventude ainda pôde exercitar o corpo e praticar exportes. Foi uma metodologia inovadora, que reforçou muito o espírito de cooperação e de solidariedade entre as jovens lideranças do meio rural, observa.Após uma atividade de abertura realizada durante a assembléia geral da Fetag, no dia 13 de dezembro, os participantes se deslocaram para o SESC. Lá a programação se iniciou com a apresentação do Grupo de Danças Alemãs de Canela, que vem se firmando como uma importante experiência de organização cultural de jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais. Essa foi a quarta apresentação oficial do grupo em atividades da CEJTTR.Da mesma forma, o Grupo de Teatro do STR de Teutônia desenvolve uma experiência importante e inovadora ao dramatizar o tema da Sucessão na Agricultura Familiar. O grupo igualmente já se apresentou em inúmeras atividades da comissão, em assembléias dos STR e encontros do MSTTR. Na área da música, o festival foi brindado com a participação empolgante dos companheiros Lidiane Radin, Ricardo Roli, Amilton Camargo e Evandro Salbergo Resta.Na área dos jogos, foram desenvolvidas competições nas modalidades de futsal, salto em distância, voleibol e corrida de 100 metros, todas com equipes e atletas do sexo masculino e feminino. Um momento importante de descontração e integração entre os participantes, ao mesmo tempo em que se demonstrou as habilidades nas quadras e pistas de atletismo, sintetiza André Mombach, assessor de jovens da Fetag.Numa avaliação final, conta Lisiane, as oficinas e os grupos de trabalho foram extremamente produtivos e contaram com participação de todos. Na primeira oficina o enfoque recaiu sobre A Educação do Campo, com uma provocação inicial realizada por Maria do Rocio Fritzen e por Sérgio Fritzen, assessores da Fetag. Ambos destacaram a importância da educação, os diversos espaços de aprendizagem e a necessidade das lideranças do MSTTR se inserirem na construção de uma educação e escola do campo que respeitem os conteúdos, os conhecimentos e as tradições das comunidades rurais.Segundo Sérgio Fritzen, a legislação brasileira, especialmente através da Leis e Diretrizes Operacionais para a Escola Básica do Campo, permite a participação pública na formulação dos planos político-pedagógicos e na gestão das escolas do campo. Cabe às lideranças e aos sindicatos ocupar esses espaços para lutar por uma educação que atenda as necessidades históricas do trabalhador rural, disse.Festival nacionalNo dia 15 de dezembro, foram discutidas propostas para o fortalecimento da organização do Programa Jovem Saber no RS, políticas culturais para as comunidades rurais e as alternativas de esporte, que podem ser fomentadas. Foram elencadas várias propostas que serão levadas ao Festival Nacional da Juventude Rural, que acontecerá em março de 2007 em Brasília.A experiência do I Festival revelou a urgência de desenvolver atividades neste sentido com estratégia de integração, organização e mobilização da juventude rural. A carência de atividades desta natureza nas comunidades rurais vem retraindo a juventude e limitando as alternativas culturais à mesa de bar, televisão ou bailes. Percebeu-se a importância do MSTTR desenvolver políticas efetivas nesta área para fomentar a organização social, valorizar a cultura das comunidades rurais e estimular a auto-estima da juventude trabalhadora rural.