A 7ª Marcha das Margaridas teve entre suas diversas
atividades o “Tribunal das Mulheres em Resistência”, que se propôs a ser a
simulação de um julgamento sob a perspectiva das mulheres do campo, da floresta
e das águas em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania alimentar,
hídrica e energética. A acusação se deu a partir dos testemunhos de sete
mulheres de distintas partes do Brasil, que contaram aos presentes os desafios
que elas enfrentam em seus territórios. Já o júri também foi composto por
mulheres da área jurídica e do parlamento, familiarizadas com as pautas sociais
feministas.
O Tribunal das Mulheres em Resistência foi organizado pela
CONTAG juntos às organizações parceiras da Marcha: Mulheres da Articulação
Nacional de Agroecologia (ANA), Articulação de Mulheres Brasileiras – (AMB),
Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB),
Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Movimento Articulado
de Mulheres da Amazônia (MAMA) e Polo da Borborema. Os testemunhos vieram de
mulheres ligadas a esses movimentos.
Frente aos relatos das mulheres, em geral de acusação de
omissão e inércia do Estado na resolução de problemas socioambientais e
econômicos, e por muitas vezes de violação de direitos humanos fundamentais, o
veredito final foi: O Estado brasileiro é culpado!
O júri declarou este veredito após analisar todas as
situações relatadas e compreender que muitas delas são causadas por falta de
ação do Estado, seja no planejamento e implementação de políticas públicas
importantes, seja na aprovação de políticas que violentam a natureza e as
comunidades periféricas, e em tantas outras incoerências sociais vivenciadas
todos os dias pela população, em especial pelas mulheres.
“Ecoamos as
vozes das mulheres e reafirmamos os verdadeiros réus, o Estado brasileiro, que
fere o ventre da terra. Consideramos culpado o Estado brasileiro e estamos aqui
para criar um outro processo da vida”, afirma o veredito do júri do Tribunal
das Mulheres em Resistência.
Veja o
veredito completo e os nomes de todas as mulheres envolvidas neste ato
simbólico no documento abaixo:
Tribunal das Mulheres em Resistência