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CRISE MARCA SAFRA DA CANA-DE-AÇ
Crise marca safra da cana-de-açúcar em Alagoas
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18 de Novembro de 2007

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No encontro de sexta-feira com o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Vicente Bertoni, no Centro Administrativo de Suape, no Recife (PE), plantadores de Alagoas reiteraram pedido de retorno do programa de equalização de custos, mecanismo que compensa as condições de cultivo no Nordeste, desvantajosas, se comparadas às dos Estados da região Sudeste.

A Associação dos Plantadores de Cana (Asplana) calcula que a dívida do governo federal para com o setor é de R$ 160 milhões, valor corrigido desde janeiro de 2002, quando foi suspenso, e serviria para corrigir a defasagem de preços.

O principal argumento dos plantadores para sensibilizar o governo é a importância social do setor. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Fenar), na safra passada (2006/2007), 82% deles, o que corresponde a 6,1 mil plantadores, produziam menos de 20 toneladas de cana por mês e muitos, com a atividade, tinham rendimentos que ficavam abaixo do salário mínimo. A maioria nem mesmo é dona das terras em que trabalha, mas arrendatária.

O presidente da Asplana procura desmistificar a idéia de que plantador é rico. "Nessas condições, todos dependem de algum tipo de ajuda oficial".

O pedido de regulamentação do setor, feito pelos plantadores, não seria a instituição de nenhuma novidade, mas apenas o retorno de um conjunto de solicitações destinado a evitar que o setor se transformasse em um mercado de excesso de disputa, que o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Fenar), Noel Silveira, define como "darwinismo" econômico, em alusão à proposta do naturalista britânico da "seleção natural", simplificada como "a lei do mais forte".

Ou, no caso desse mercado, em que o mais eficiente acaba por absorver o que não chegou a essa condição.

Queimada dá início ao corte

Alheios às discussões sobre a desvalorização da cana-de-açúcar, milhares de trabalhadores rurais da Usina Coruripe passaram a noite da última segunda-feira (12) amolando as foices - o instrumento de trabalho com que cortaram, no dia seguinte, centenas de toneladas do produto, numa jornada de trabalho que tem início antes mesmo de surgirem os primeiros raios de sol. No galpão do alojamento da usina, alguns assistem - numa TV presa no alto da parede - à Maria Paula (a personagem interpretada por Marjorie Estiano na novela Duas Caras, da Rede Globo) pedir ajuda a Branca (vivida pela atriz Susana Vieira). A trama das 20h serve para marcar o limite que eles têm para permanecerem acordados. Mal o folhetim acaba, quase todos se recolhem.

Aos poucos, os homens vão se juntando em grupo, munidos da comida com que se alimentarão ao longo do dia no canavial Às quatro horas da manhã, o barulho de água no banheiro coletivo pode ser ouvido ao longe, cortando o silêncio do dia e se misturando ao som do arrastar da lâmina da foice numa pedra, feito por um trabalhador que esquecera de amolar o instrumento na noite anterior. Aos poucos, os homens vão se juntando em grupo no pátio do alojamento, munidos da comida com que se alimentarão ao longo do dia no canavial, e da água gelada conservada na garrafa térmica.

A competitividade do mercado internacional, aliada aos preços baixos da cana-de-açúcar, pode provocar o desemprego em massa em Alagoas nos próximos anos. Para enxugar custos, a ordem nas usinas do Estado é economizar. E nesse sentido, a mecanização da colheita seria uma das saídas, segundo os produtores. A experiência já está sendo posta em prática em algumas usinas do Sudeste e Centro-Oeste do País - inclusive nas empresas de grupos Alagoanos. Mas o lado negativo: a mecanização ameaça os canavieiros, cada vez mais preocupados com a ameaça de desemprego. FONTE: Gazetaweb ? AL



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