Estudo mensal da Imazon/ICV aponta que os 2 indicadores estão em ascensão no Estado, com destaque para aumento de 72% nos focos de calor em 3 meses
RODRIGO VARGAS
Da Reportagem
Desmatamento e queimadas. Em 2007, a combinação destes fatores vem contribuindo para uma sensível piora nos indicadores da saúde ambiental em Mato Grosso. Os números mais atualizados traçam curvas ascendentes para ambos indicadores.
Entre junho e setembro de 2007, por exemplo, foram registrados 44,6 mil focos de calor no Estado. Isso representa um salto de 72% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 25,9 mil focos haviam sido identificados.
O desmatamento em agosto, por sua vez, atingiu 250 quilômetros quadrados, ou 138% a mais do que no mesmo período de 2006 - 106 quilômetros quadrados. Entre os meses de maio a julho, o salto já havia sido de 200%.
"Existe uma forte correlação entre a quantidade de queimadas e o desmatamento na Amazônia", diz um trecho do boletim Transparência Florestal, lançado hoje pelas ONGs Imazon e Instituto Centro de Vida (ICV).
O estudo lembra que os períodos críticos de queima e derrubadas são coincidentes. Para a análise contida no Mapa, foi feito um cruzamento entre os indicadores do Sistema Alerta de Desmatamento (SAD) e dos dados de focos de calor detectados pelo satélite MMODIS.
"Analisamos a evolução mensal da quantidade de queimadas de 2005 a 2007, assim como a localização dessas queimadas em termos de regiões e municípios do Estado".
No caso dos focos de calor, o número identificado em 2007 é 21% inferior ao obtido em 2005, quando foram registrados 56,7 mil focos. "Considerando apenas o mês de setembro, o total de focos de calor em setembro de 2007 (26.781) superou o mês de setembro de 2005 (21.937)", aponta o estudo.
Já o aumento do desmatamento segue uma tendência identificada desde maio. "Esse fato também coincide com o aumento dos preços das principais commodities (gado e soja) e com as perspectivas de expansão de áreas plantadas para biocombustíveis".
Em agosto, os municípios de São Félix do Araguaia, Vila Bela da Santíssima Trindade e Apiacás foram os campeões das derrubadas. Em relação à queima, a ponta do ranking é ocupada por Vila Rica, Confresa e, novamente, São Félix do Araguaia.
A maioria do desmatamento (78%) ocorreu em propriedades rurais, assim como a maior parte dos focos de calor (65%). Em seguida, aparecem as Áreas Protegidas e, por último, aparecem os Assentamento de Reforma Agrária. FONTE: Diário de Cuiabá ? MT