ARAÇATUBA, SP - Cerca de 300 cortadores de cana, trazidos do Vale do Jequitinhonha e de estados do Nordeste para trabalhar nas plantações paulistas, entraram em greve na usina Gasa, em Andradina, interior de São Paulo. O clima esteve tenso ontem, quando os trabalhadores se reuniram em assembléia com sindicalistas e decidiram continuar com a greve, que teve início no sábado depois que quatro trabalhadores foram demitidos pela usina. A Gasa é uma das 18 unidades do grupo Cosan, maior produtor de açúcar e álcool do País, com 37 mil trabalhadores.
Segundo a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), os trabalhadores acusam a Cosan de desrespeitar um acordo ao não demiti-los no fim da safra, encerrada na semana passada, como é comum acontecer no setor.
De acordo com Aparecido Bispo, secretário-geral da Feraesp, os trabalhadores foram levados do Nordeste e contratados pela Cosan para trabalhar na usina Gasa, em Andradina, e deveriam voltar para seus Estados de origem com o fim da safra, mas a empresa decidiu transferi-los, sem consulta, para a usina Mundial, filial da Cosan em Mirandópolis, a 40 km de Andradina.
A companhia já é ré num processo aberto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no qual responde por coagir, assediar moralmente e discriminar um grupo de 30 trabalhadores. Em setembro, a empresa teria usado PMs à paisana do 28º Batalhão da PM de Andradina para intimidar os migrantes, que foram colocados às pressas em ônibus e levados para o interior de Minas Gerais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. FONTE: Estadão Online ? SP