Uma vez mais a Conferência das Partes do Clima de Lima se transformou em mais um “encontro de amigos”. São tímidas as deliberações sobre o que deve ser feito. Após 15 dias de encontro, 195 países representados com a responsabilidade de apenas definir a criação de elementos-chave que farão parte do novo acordo, definiram: medidas para conter o aquecimento global como o corte de emissões; segundo, definir qual a metodologia que os países seguirão para formular suas metas de redução de emissões, (as Contribuições Intencionais Nacionais Determinadas); e o terceiro ponto pede de forma amena aos países desenvolvidos que tomem iniciativas para conter e reduzir suas emissões entre 2015 e 2020, período que antecede o novo acordo que será discutido em Paris em 2015. É bem pouco diante da amplitude do problema.
Mais uma vez não se adotou medidas vinculantes que determinem compromissos com prazos e metas que devem ser alcançadas. O problema central é que qualquer medida que deva se adotar terá impactos na economia, ou seja, é preciso reduzir as atividades que estão causando emissões de gases do aquecimento global.
Além disso, há o impasse político de definir quem poluiu ou está poluindo mais. Estas indefinições transformam a discussão sobre sustentabilidade em algo inócuo, onde todos defendem como uma necessidade politicamente correta, entretanto, quase nada se transforma em ações que indiquem mudanças de rumo do modelo de desenvolvimento.
Diante do cenário de retração econômica mundial, é pouco provável que os governos adotem medidas restritivas de prudência ambiental, pois isto representa perdas econômicas e custos políticos que dificilmente são absorvidos.
“A sociedade civil terá um papel preponderante nas articulações (pressões) no sentido de acelerar as definições a serem implementadas. Somente com mobilizações conseguiremos resultados mensuráveis de curto, médio e longo prazos”, destaca Antoninho Rovaris, secretário de Meio Ambiente da CONTAG. FONTE: Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG