A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), juntamente com as Federações dos Trabalhadores na Agricultura dos Estados do Piauí e do Maranhão (FETAG-PI e FETAEMA, respectivamente), repudiam a lentidão na tramitação do processo sobre o assassinato do vereador de Marcos Parente (PI) Oziel Souza da Silva, filho de lavradores, ocorrido há quatro anos. O sentimento da família da vítima e do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) é de impunidade com a falta de empenho do Poder Judiciário em julgar esse caso.
O primeiro processo desapareceu da Comarca de Barão do Grajaú (MA) em 27 de janeiro de 2009. O desembargador Raimundo Nonato de Souza solicitou a restauração dos autos, que ficou pronto em dezembro de 2009. Desse tempo para cá, o processo está praticamente parado.
Por conta dessa morosidade, os suspeitos de executar o crime, José Iran Pereira da Silva, e de intermediar a contratação do matador, Reinato Sá dos Santos, ficaram apenas 11 meses presos. Foram soltos para aguardar o julgamento em liberdade. Suspeita-se que a prefeita da época Juraci Alves Guimarães é a mandante do assassinato.
A irmã da vítima, Lucilene Souza da Silva, lamenta a lentidão para julgar o assassinato de Oziel. “O meu sentimento é de muita revolta. Além de perder meu irmão, estou perdendo meu pai também. Ele tem 73 anos e já teve um princípio de derrame por conta do fato, não se alimenta e teve um surto de memória. A condenação dessas pessoas não trará o meu irmão de volta, mas irá amenizar o nosso sofrimento. Queremos justiça!”.
RESUMO DO CASO – No dia da posse como vereador, Oziel recebeu a primeira ameaça de morte. Uma pessoa ligada à Prefeitura mandou o recado de que ele assumiria o cargo, mas não terminaria o mandato. Como era uma pessoa muito popular, que ajudava a população local, incomodava bastante a administração municipal. Depois de assumir, começou a denunciar na rádio as irregularidades da Prefeitura. No terceiro ano do mandato, recebeu uma proposta para receber dinheiro em troca da aprovação das contas do município. Como não aceitou, foi assassinado na mesma semana, em 30 de novembro de 2007. Seu corpo foi encontrado em Barão do Grajaú (MA), onde tramita o processo.
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi