Como bem disse Angela Davis, numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista. Neste dia 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, a CONTAG reforça a sua luta histórica contra a discriminação por raça, principalmente em um País marcado pela força de diversas culturas, em especial na área rural.
A maioria da população brasileira é composta por pessoas negras. Segundo dados do IBGE, os negros e negras são 54% em todo o Brasil e são 52,8% da população rural.
A data foi instituída pela ONU em 1966, em memória às vítimas do massacre de Shaperville, quando 69 pessoas morreram ao protestar contra uma lei que limitava o acesso de pessoas negras a determinados lugares.
Apesar dos inúmeros avanços alcançados desde então, ainda vivenciamos o preconceito e discriminação diariamente, seja na quantidade de negros(as) nas universidades, na ocupação das vagas de emprego, no serviço público, nos espaços de poder, entre outros.
Ao analisarmos os dados da violência no País, constatamos o genocídio de jovens negros e a vulnerabilidade da mulher negra.
De acordo com o Atlas da Violência 2020, pretos e pardos representaram, em 2018, 75,7% das vítimas de homicídios, ao passo que, para pessoas não negras brancas, amarelas e indígenas a taxa foi de 13,9%. Por outro lado, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídio apresentaram um aumento de 11,5% para pessoas negras, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%.
Ainda segundo o Atlas da Violência 2020, a chance de uma mulher negra ser assassinada é quase duas vezes mais alta em relação às não negras (1,7 mulher negra para cada mulher não negra).
Precisamos combater esse racismo estrutural que prega que a vida negra vale menos. A CONTAG reforça que todas as vidas importam, independente da cor da pele. E esse debate precisa ser ampliado e assumido por toda a sociedade.
Não ao racismo!
Diretoria da CONTAG FONTE: Diretoria da CONTAG