A luta pela democracia é fundamental, porque ela é a base para todas as outras lutas: as dos direitos humanos, a dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a garantia da dignidade e do crescimento social de um país.A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa realizou na manhã de hoje audiência pública para dar voz às mulheres sobre questões de direitos humanos, direitos das mulheres e democracia. Estavam presentes mulheres representantes de diversos movimentos sociais, sindicais e de entidades de defesa dos direitos das mulheres negras, indígenas, além da secretária Nacional de Políticas para Mulheres do Ministério de Direitos Humanos, Eleonora Menicucci.
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado
Em uma fala forte, a secretária de Políticas para Mulheres lembrou de todo o longo e difícil de luta contra o golpe militar de 1964 e que durou 20 anos.Menicucci lembrou dos três anos em que permaneceu presa e foi torturada física e psicologicamente, aos 22 anos de idade, com uma filha de apenas 1 ano, apontando o machismo arraigado na mentalidade dos torturadores, que ameaçavam sua filha somente na presença dela, e nunca na presença do pai. “Depois desse período tão escuro de nossa história, hoje voltamos a viver um momento muito difícil para as mulheres, para os trabalhadores, para a democracia e para os direitos humanos. É a primeira vez em que um golpe tem data para acontecer. Mas o que não tem data para acabar é a nossa luta”, afirmou Eleonora Menicucci.
Em marcha pela democracia
A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas, chamou a atenção para o processo de luta das mulheres do campo, da floresta e das águas pela democracia já em 2015, não apenas nas atividades do dia 8 de março em todo o Brasil, mas também nas mobilizações nacionais que culminaram com a Marcha das Margaridas, em agosto.
“Temos de destacar também a marcha das Mulheres Negras, a Primavera Feminista, e em 2016, as diversas manifestações que as mulheres têm dado para deixar claro que esse golpe é contra a democracia e o avanço dos direitos. É interessante que, quanto mais a gente fortalece a voz das mulheres nas ruas, mais ataques a gente sofre, e o que é mais doloroso é ver os ataques passando despercebidos nas pautas, nas emendas jabutis dentro do Congresso Nacional”, afirmou Alessandra Lunas. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto