Na busca para fortalecer a mobilização e a luta internacional de organizações representativas da agricultura familiar, camponesa e indígena, na promoção do debate político e da troca de experiências durante o ano 2021 sobre o acesso de mulheres e jovens a terra; os sem-terra e o futuro dos bens comuns naturais; a governança local da terra; a Reforma Agrária e distribuição equitativa dos direitos sobre a terra; e a regulação das transferências de direitos sobre a terra e os recursos naturais, a CONTAG e várias organizações do campo de todo o mundo participaram do lançamento do Fórum de Lutas pela Terra (FLT), nesta quinta-feira (06 de maio de 2021).
Em nome da CONTAG e da Coprofam, o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da Confederação, Alberto Ercílio Broch, destacou: A luta pela terra e pela reforma agrária é extremamente importante, pois a agricultura familiar camponesa e indígena precisa de acesso aos territórios para produzir de forma sustentável alimentos saudáveis e continuar respondendo por mais de 80% dos alimentos que a nossa população consome. Esse Fórum tem um importante papel mundial de criar um plano de luta para fortalecer o diálogo com o poder público e pressionar pela permanência e criação de políticas governamentais de acesso a terra e aos recursos naturais, principalmente nesse momento de pandemia e em que estamos implementando a Década da Agricultura Familiar/ONU, pontuou.
Para o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos, o lançamento do Fórum de Lutas pela Terra é uma importante e necessária articulação na luta pela reforma agrária mundial. O Fórum de Lutas pela Terra amplia nosso debate e articulação pela democratização da terra rumo à consolidação do desenvolvimento sustentável, redução da pobreza e da desigualdade no mundo. No Brasil, na luta pela terra, o Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) tem importantes conquistas históricas, mas ainda temos muitos desafios, sobretudo no atual governo federal que paralisou o processo de reforma agrária e desaparelhou os órgãos fundiários no Brasil, disse.
Representantes de outras organizações da agricultura familiar e camponesa também compartilharam suas experiências: Aicha Kone/CGLTE - Acesso de mulheres e jovens a terra; Brahima Traore/ROPPA - Acordos locais e reconhecimento de direitos; Ekta Parishad/Ramesh Sharma - A questão dos Sem Terra; e Fanny Metrat/ ECVC-CP - Lutas locais e regulação da concentração de terra em nível internacional.
O FLT é resultado de um processo de mobilização mundial das lutas da agricultura familiar, camponesa e indígena pela Reforma Agrária, o acesso a terra e aos recursos naturais, iniciado em 2004 com o Fórum Mundial pela Reforma Agrária (FMRA) e consolidado em 2006, com a Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (CIRADR).
O encerramento desse processo está previsto para dezembro de 2021, quando serão apresentadas propostas pelas organizações dos cinco continentes. FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes