Representantes das Organizações da Aliança pela Soberania Alimentar dos Povos da América Latina e Caribe, da CONTAG, da COPROFAM e da Federação Nacional Sindical Unitária Agropecuária (Fensuagro) Colômbia participaram nos dias 28 e 29 de setembro da Reunião do Grupo de Trabalho Terra e Território do Comitê Internacional de Planejamento pela Soberania Alimentar (CIP), realizada em Bogotá, na Colômbia.
A reunião do GT Terra e Território do CIP teve como objetivos gerais dar prosseguimento ao trabalho desenvolvido em Bangkok e na África do Sul de consolidação das orientações e ações centrais da luta das organizações da agricultura familiar, camponesa e indígena pelos direitos de acesso à terra, águas e territórios, consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e, especificamente, nas Diretrizes de Governança da Terra, Água, Florestas e Território (DVGT).
O GT elaborou uma série de propostas que integrarão o seu plano de trabalho e luta para os próximos anos. Essas propostas contemplam a formação de alianças e a criação de redes nacionais com multi-atores para denunciar casos de violação de direitos humanos, políticos, sociais e ambientais; processos de internacionalização de mobilizações locais e nacionais; processos formativos e de comunicação para capacitar diversos atores sobre a implementação das DVGTs, a concentração de terras, denúncias sobre casos de violação de direitos da agricultura familiar, camponesa e indígena; articulação de outras redes afins e processos de incidência local e internacional; elaboração e sistematização de recursos existentes que permitam melhorar a incidência, entre outras.
O GT também discutiu o atual cenário político do Brasil e expressou apoio e solidariedade em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, bem como do pleno exercício de sua cidadania política. Também foi feito diagnóstico sobre a situação da questão agrária por país, considerando a implementação das DVGTs.
Para a coordenadora de Políticas para Mulheres da COPROFAM, Florinda Silva, a situação política regional se complicou e há avanço da exportação de commodities pelo latifúndio, o que impõe uma série de desafios, a começar pelo apoio político destinado quase que exclusivamente ao agronegócio. “O que contrapõe aos nossos esforços de desenvolvimento rural sustentável, baseado na soberania alimentar dos nossos povos. Por isso é importante articular os nossos esforços para implementar as ações das DVGTs em âmbito nacional e internacional, fazendo pressão para as causas dos problemas que nos afetam e fazer avançar a agricultura familiar, camponesa e indígena e nossas sociedades para o desenvolvimento rural sustentável. E as propostas formuladas por este GT de Terra e Território do CIP trazem importantes contribuições neste sentido”, avalia. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi