OPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC) foi analisado pela Diretoria e Assessoria Técnica nesta quarta-feira (7/2) durante a Oficina de Planejamento, que começou a discutir as principais ações da Contag em 2007. A economista Lílian Marques, do Dieese, foi convidada para contribuir com a discussão sobre a conjuntura política e econômica do País. A representante do Dieese afirmou que o PAC não trata diretamente das questões do meio rural, mas a decisão do governo federal de investir em infra-estrutura pode trazer impactos positivos para os trabalhadores e trabalhadoras rurais nos setores de rodovias e portos, saneamento básico, habitação e energia elétrica. A economista também assinalou que o plano contribui para estimular investimentos, gerar empregos, sobretudo na construção civil, descentralizar o desenvolvimento e aumentar as possibilidades de controle social dos gastos públicos.
Lílian Marques ressaltou que o PAC não corta salários, garante aumento do salário mínimo nos próximos anos e preserva os direitos previdenciários dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Porém, ela considera necessário que o movimento sindical se mobilize para aprofundar o processo de distribuição de renda. "A mudança dos índices de produtividade rural e o investimento na reforma agrária são pontos fundamentais para distribuir riqueza e renda no campo", defendeu a economista do Dieese.
O presidente da Contag, Manoel dos Santos, considerou positivo o fato de o PAC resgatar o papel do Estado como fomentador do investimento. O dirigente também destacou que o plano combina crescimento econômico com distribuição de renda e ressaltou a coragem do governo federal de não ceder às pressões para cortar gastos públicos, como o financiamento da Previdência Rural. Contudo, advertiu que o direcionamento e a aplicação dos recursos vai exigir muita disputa política no Congresso Nacional. "Vamos lutar para manter nossas conquistas no campo previdenciário e queremos que o PAC contribua para alavancar o desenvolvimento sustentável no meio rural".
A pauta da oficina de planejamento prevê a avaliação e reprojeção da gestão político-participativa da Contag e do andamento das quatro principais ações do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais (MSTTR) neste ano (Festival da Juventude Rural, Grito da Terra, Marcha das Margaridas e Plenária de Avaliação e Planejamento da Contag). O encontro começou nesta quarta-feira e se estende até o próximo sábado (10).
Serviço: Clique para acessar a nota da CUT sobre o PAC .Agência Contag de Notícias - Ronaldo de Moura